Muitas são as pessoas que pensam que só porque têm uma Guitarra muito antiga já têm um “pé-de-meia” para o resto da vida. O antigo não é sinónimo de valor monetário.

Na tentativa de esclarecer e partilhar conhecimentos (não sou dono da verdade nem conheço o seu proprietário) vou tentar esclarecer alguns assuntos relacionados com instrumentos antigos embora este artigo tenha a ver com a Guitarra Portuguesa.

As antiguidades têm dois valores (ou mais – conhecidos por saber negociar).

O primeiro é se precisa de vender, porque a sua carteira está vazia.

O segundo se quer muito comprar porque a sua carteira está cheia.

Se precisa de vender, fazemos sempre mau negócio. Há sempre alguém que se aproveita disso. Fazemos bom negócio se encontramos alguém que que mesmo comprar a sua Guitarra antiga. Logo o justo valor é sempre relativo. Por isso inventaram os “Leilões”.

Outro fator importante tem a ver como a Guitarra foi estimada durante a sua existência. Se não está partida, se não tem a escala empenada, se não foi guardada em sítios húmidos, etc.

Reparara uma Guitarra antiga e mal estimada é caro. Só compensa se for um instrumento familiar ou de um amigo, que queremos preservar. Normalmente as guitarras antigas de forma pequena são coladas a “Grude”. Muitos teimam em chama-las de “Requintas”. Não são porque o tiro de corda é de 400mm ou muito próximo e a palavra requinta só se aplica a um instrumento que afine uma quinta acima da afinação normal do instrumento 4/4.

As Guitarras coladas a “Grude” se não forem estimadas ou se estiverem guardadas em sítios húmidos começam a descolar. O pior é quando começam a descolar a sua estrutura interior (parecem que estão em bom estado) e depois quando vamos encordoá-la rebentam.

No entanto pode querer tem o instrumento com cordas sem estarem esticadas, como decoração para o colocar numa parede. Neste caso o instrumento precisa de um boa limpeza para ficar bonito, cordas novas que lhe vai dar outro aspecto e já faz a festa com pouco dinheiro.

Um exemplo de uma Viola antiga mal tratada.

Depois pode ficar bonita e em boas condições de ser tocada com algumas centenas de horas de trabalho. O prazer de tocar num instrumento com mais de 100 anos, já tocado pelos nossos antepassados.