Paisagens Sonoras - 1985

Gravar um disco é sempre uma grande responsabilidade. "Paisagens Sonoras" gravado nos Estúdios "Namouche" e editado pela EDISON foi o meu primeiro disco  em 1985. Toquei todos os instrumentos e com a ajuda do grande técnico de som Moreno Pinto o trabalho foi concluído. Não guarde as suas maneiras de estar. Partilhe com o mundo a sua sabedoria. Todos ficamos a ganhar. A música portuguesa precisa de todos. Saber muito ou pouco, é sempre relativo. Aqui partilho o pouco que sei, com quem sabe menos. A música não é só feita de "vedetas" que passam pelos jornais, rádio e televisão. Fale sempre dos outros que serviram de degraus para o escadote da sua vida, para subir ao estrelato. Um escadote sem degraus não existe. "Dar esmolas atrasa a revolução... ensine a pescar". Assim o pobre pode comer todos os dias.

 

   
 

   
 

         

Se gravar um disco não é "Pêra Doce"... são precisos muitos anos para aprender a tocar diversos instrumentos, com afinações muito diferentes, instrumentos antigos que desafinam com muita facilidade e... "foi o que se pôde arranjar". Como não foi um grande trabalho duvido que alguém o queira reeditar. Aqui ficam as histórias e as músicas de uma vida dedicada à investigação. Para ouvir as músicas clicar em cada uma delas.

Músicas da Face A (formato MP3)

1- Banjolim - Pavão ó lindo Pavão (Popular). Banjolim de Voluta em Leque construído por António Duarte (Porto)

2 - Viola da Terra – Saudade (Popular). Esta Viola da Terra de Cravelhas (Açores) foi-me oferecida pela Engenheira Clara Carreiro da Costa e construída pelo Violeiro Adelino Vicente (Vila Franca do Campo / S. Miguel / Açores)

3 - Bandola – Chibinha (Popular). Bandola construída pelo Violeiro e amigo Domingos Machado (Tebosa - Braga).

4 - Cavaquinho – Ó Branquinha (Popular). Cavaquinho de Luxo construído pelo pai do Violeiro Domingos Machado (Tebosa - Braga).

5 - Viola Beiroa – Rosinha do meio (Popular). Viola Beiroa de Cravelhas construída pelo Violeiro Domingos Machado (Tebosa - Braga).

6 - Guitarra Portuguesa - José Maria de Almeida Júnior (autor José Lúcio Ribeiro de Almeida). Guitarra Portuguesa de Lisboa construída pelo Guitarreiro António Guerra (Samouco). A música foi composta no dia em que o meu pai faleceu (22 de Novembro de 1983). Trabalhava na Rádio Comercial onde fazia dois programas. Um deles, "Flauta de Pã" Nº6, (26/11/1983) transmitido em directo ao sábado, desejei (ao meu pai) uma boa viajem:

Deite um beijo na testa e disse "Adeus Comandante"... A lágrima caiu e fui trabalhar. Queria recordar-te "Homem" e vi-te prostrado, indefeso...Até os dentes deixaste para trás soprando feito músico, treinando a embocadura do Trombone de Pistões que estava calado na sala dos instrumentos. Com dois braços ou com um... já há muito perdeste a vontade de soprar notas que te dão vida... e agora Comandante, para onde vais? Viajar, possivelmente. Coragem! Pode ser que a vida melhore, porque se piorar... antes a morte. E tu... Comandante Músico, se calhar vais deixar de soprar. Não faz mal, ficam as pautas para eu e, muitos como eu, recordarem!

 

Músicas da Face B (Formato MP3)

1- Rajão - Bailinho da Madeira (autor Maximiano de Sousa). Rajão de Cravelhas de fabrico artesanal comprado no Funchal (Madeira)

2- BandolimPaisagens Sonoras (autor José Lúcio Ribeiro de Almeida). Bandolim de Luxo construído em 1903 por Manuel Pereira (Oficina na Rua das Portas de S. Antão em Lisboa) - Partitura da Música - Música em ficheiro Midi

3- Banjola – Por esses campos fora (Popular) Banjola (porque é da família dos Banjos) construída pela família Grácio.

4- Viola Braguesa – Saia Velhinha (Popular). Viola Braguesa de Cravelhas do Violeiro Domingos Machado (Tebosa - Braga).

5- Viola Campaniça – Ao romper da bela Aurora (Popular).  Viola Campaniça de Cravelhas do Violeiro Domingos Machado (Tebosa - Braga).

6- Viola ClássicaO Senhor Gato (autor José Lúcio Ribeiro de Almeida). Viola de Jazz do construtor Francisco Silvério datada de 28 / 7 / 1900

Partitura da música "O Senhor Gato" - Música em formato Midi - Já agora, a talho de foice... (mas só quando morrer) não abandone os seus animais, só porque deixaram de ser pequeninos ou terem muita "graça" (ou outro bairro de Lisboa). Um animal doméstico faz parte da família. Quando se vai de férias, o seu animal também deve partilhar o evento. Não se esqueça de que um dia também vai ser velho. Se pensa que velhos são os "trapos", anda distraído com a realidade desta vida. Se tem instrumento velhos, não os deite fora. Dê continuidade à historia da cultura portuguesa. Não confunda o valor do instrumento com o valor sentimental.

Nada pior que uma página da internet com erros. Dê uma preciosa ajuda corrigindo esta página. jose-lucio@netcabo.pt

Para sorrir... Letreiro numa oficina de Guitarreiro: "COIDADO CO U CAU".

A quem reclamava o Guitarreiro respondia: entre que o cão dá explicações de português!