As Doenças dos Instrumentos Musicais

 

A palavra instrumento musical, não pode ou não deve ser confundida com

“ MERCADORIA Musical. Um instrumento feito á mão é muito diferente do o que foi feito por uma máquina. Está afirmação não significa que a mercadoria musical não seja um bom instrumento ou que inclusive tenha melhor som. Mas um verdadeiro músico gosta sempre de possuir um instrumento musical. Um original. Ate porque um construtor não faz dois instrumentos iguais, mesmo que os trabalhe ao mesmo tempo e com madeiras das mesmas árvores. A disposição, as condições climatéricas, o ritmo cardíaco, a influência lunar, não são as mesmas. Quem os compra, fica ligado a determinados instrumentos de uma maneira afectiva e ao longo dos tempos fui recolhendo algumas histórias ou estórias que lhes vou contar. Como é lógico não vou mencionar nomes. Vou simplesmente, trocá-los ou simplificá-los, por uma questão de respeito.

 

1-    O dicionário do Senhor Pinto. Digníssimo guitarrista da nossa praça lisboeta e quando falo em guitarrista fala da guitarra portuguesa e não da Viola dedilhada. Tem vocabulário próprio. Quando afina a guitarra utiliza sempre o “RAPAZÃO” digo diapasão, os músicos são “COLEGAS DE RAMO” e quando o fadista é antipático e só pede fados em tons sustenidos pede imensa desculpa mas… a guitarra que hoje escolheu para tocar, não tem sustenidos por causa de um doença que teve em pequena. Se ao tocar se parte uma corda é porque na sala está uma senhora que lhe apareceu o período. Quando comprava uma guitarra que tinha o tampo partido era guitarra que lhe tinha dado uma trombose. Quando por qualquer razão uma guitarra tinha as cordas muito baixas e se ouvia um restolhar dizia que era da dentadura que estava abater os dentes, possivelmente por falta de fixador.

 

2-    O Carlos era tão amigo da Guitarra, que normalmente no Inverno para não passar frio dormia com ela. Quem não achava graça era as esposas, que por causa da dita deu direito a dois divórcios. Quando sentia que o instrumento estava muito seco ia para a banheira e dava-lhe banho.

 

3-    Um velho tocador de cavaquinho que tocava num rancho onde só se ouvia o Acordeão, cansa do tocar para o boneco, tirou-lhe as cordas e substituiu-as por 4 riscos. Passou a tocar cavaquinho MUDO. Com a vantagem de nunca desafinar e nunca mais perdeu tempo a ensaiar pela simples razão de que já tinha todos os playbacks e ensaiados.

 

4-    Um grande amigo de nome Cardoso, grande mestre no fabrico de instrumentos, gostava de colocar nas guitarras portuguesas determinados tampos em Spruce. Porque o veio da madeira não era palalelo e tinha muitas nervuras, ele dizia que aquela guitarra era “ Bexigosa “.

 

5-    No ambiente popular as ramagens nos tampos dos instrumentos são muito frequentes. Dizem os construtores que se destinam a tirar o mau olhado que muitos tocadores estão sujeitos, principalmente se forem casados.

 

 

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