Os nossos Guitarrista e Violistas do Fado

Augusto Hilário da Costa Alves

(1864-3 de Abril de 1896)

Nasceu em Viseu em Janeiro de 1864 na Rua Nova. A data do seu nascimento é ainda uma incógnita, porquanto o registo de baptismo refere que foi “exposto na roda desta dita cidade pelas cinco horas da manhã do dia sete do dito mês e ano”, sendo baptizado a 15 do mesmo mês e ano pelo pároco da Sé, com o nome de Lázaro Augusto. Ao receber o crisma em 26 de Maio de 1877, muda o nome para Augusto Hilário.

As dúvidas que se poderiam levantar em relação à sua filiação ficam desfeitas em face da certidão de óbito que refere Augusto Hilário como filho legítimo de António Alves e de Ana de Jesus Mouta. Crê-se assim, que Hilário terá sido fruto de um enlace pré-matrimonial sendo por isso exposto na Roda e posteriormente reconhecido.

Frequentou o liceu de Viseu com o intuito de fazer os estudos preparatórios para a admissão à Faculdade de Filosofia, mas os anos foram passando sem que concluísse a disciplina de filosofia.

Matriculou-se em Coimbra, mas também aí os resultados não foram famosos e revela-se então um apaixonado pela boémia coimbrã, notabilizando-se como cantor de fado e executante de Guitarra. Os seus fados correram o país de lés a lés, ficando imortalizado o Fado Hilário. A sua actividade de fadista e trovador era conhecida pelo país inteiro, em particular na Academia Coimbrã onde era o “Rei da Alegria”. Nos seus fados, interpretou poemas de Guerra Junqueiro, António Nobre, Fausto Guedes Teixeira, para além dos que ele próprio criou. A parte mais alta da sua vida de fadista foi a sua participação na festa de homenagem ao grande poeta João de Deus que se realizou em Lisboa no Teatro D. Maria II. Esta festa teve a participação da Academia de Coimbra e entre  outros a do Prof. Doutor Egas Moniz. No decorrer do espectáculo, após a sua intervenção e em plena apoteose do público presente, Hilário atirou para o meio da multidão a sua guitarra, da qual nunca mais ninguém sobe o paradeiro.

Armandinho

(11 de Outubro de 1891- 21 de Dezembro de 1946)

De seu nome Armando Augusto Freire, nasceu em Lisboa a 11 de Outubro de 1891.

Desde miúdo esteve ligado à música seu pai que tinha um Bandolim em que tocava. Aos oito anos de idade já tocava com a palheta melhor que o pai, mas a arte estava-lhe nas veias e aos 10 anos de idade arranja uma Guitarra Portuguesa e nunca mais deixa de dedilhar, até dominar o instrumento. Aos 14 anos estreia-se no Teatro das Trinas. Executante de eleição, cedo se torna uma lenda viva marcando uma época única na história do Fado de Lisboa.

Armandinho tocava de ouvido, mas foi um compositor e improvisador que lhe permitia criar melodias que eram admiradas por quem com ele teve o prazer de privar. Infelizmente por não haver a facilidade de gravar, como nos dias de hoje, muito da sua obra se perdeu.

Era um homem magro, baixo e de mãos grandes. Modesto mas com grande vontade de agradar ao público. Era analfabeto e foi autor de vários Fados: Olhos Bonito, Variações em Lá menor, Variações em Ré maior, Fado São Romão, Ciganita, Fado Pechincha, etc.

Foram seus acompanhantes, Georgino de Sousa, Abel Negrão, Fernando Reis, Santos Moreira e Martinho d’Assunção.

Seu filho Armindo Freira (1918-1978) também foi Guitarrista

Arménio de Melo

(22 de Junho de 1953)

Nasceu na zona de Aveiro e começou a tocar Guitarra Portuguesa aos 13 anos, influenciado pelo irmão mais velho que tinha um grupo de amigos que se juntavam para cantarem Fado. A sua paixão pela música e pela aprendizagem de um instrumento musical fez com a Guitarra se torna-se uma verdadeira paixão. No entanto qualquer instrumento servia, tal era a ansiedade de tocar.

Aprendeu a tocar Guitarra Portuguesa com o guitarrista Manuel dos Santos (guitarrista profissional do Porto). Seguiu os estudos de Guitarra baseado na técnica de Fontes Rocha. Finalmente encontrou uma técnica própria de tocar Guitarra com uma afinação diferente da habitual e com Guitarras construídas Manuel Cardoso, modelo de Coimbra mas com uma escala mais larga.

Arménio de Melo é dos guitarrista que mais CD's de guitarradas gravou.

Alcino Frazão
(1961-1988)
Nasceu em 1961 na Parede e faleceu prematuramente num violento desastre de automóvel na Estrada Marginal Lisboa - Cascais, em 1988. A mãe cantava o Fado, o pai António Frazão, marceneiro de profissão e fadista de alma e coração, tinha em casa uma Guitarra Portuguesa e o Alcino desde muito miúdo começou a tocar as músicas que ouvia na telefonia. Os pais, levavam-no ao Galito, quando tinha por volta de sete anos de idade. Na altura o José Inácio tocava Guitarra, acompanhado pelo Pirolito da Ericeira, que era simultaneamente o porteiro. Nos intervalos, mal José Inácio pousava a Guitarra, logo o Alcino se agarrava a ela e começava a tocar à sua maneira. Esta dedicação à Guitarra Portuguesa fez que se estreasse profissionalmente a acompanhar o irmão, o fadista Carlos Zel. Fez a sua primeira gravação a solo aos 15 anos.
Cedo começou a ser contratado como Guitarrista em diversos recintos de Fado.
Fez deslocações profissionais á Madeira, Açores, Suíça, Brasil e Canadá, acompanhando fadistas já consagrados. Foi convidado para a “Trupe” que acompanhava D. Amália Rodrigues, mas o seu sentido de responsabilidade levou-o a não aceitar.
Foi talvez dos primeiros Guitarristas, de uma nova geração, cujo virtuosismo levou a Guitarra Portuguesa ao acompanhamento de cantores como Paulo de Carvalho e Fernando Pereira.

António Chainho

(1983)

António Damasco Chainho é natural de S. Francisco da Serra, perto de Santiago do Cacém, onde nasceu em 1938. António Chainho aprendeu a tocar Guitarra Portuguesa com o pai, que lhe deu algumas lições, mas essencialmente aprendeu a tocar com os mestres guitarristas que ouvia na Rádio.

Vem para Lisboa cumprir o serviço militar e foi mobilizado para Moçambique onde inicia o acompanhamento de artistas. Estreando-se profissionalmente em 1960 numa colectividade lisboeta, começando então a ganhar a vida como Guitarrista profissional.

Ao longo da sua carreira, acompanhou nomes como Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Carlos do Carmo, etc. Em 1983, participou na gravação do célebre álbum de Rão Kyao “Fado Bailado”.

Gravou dois álbuns importantes para a cultura do Fado: a Guitarra e Outras Mulheres, onde contou com a participação de vozes não ligadas ao fado como, Teresa Salgueiro (dos Madredeus), Filipa Pais, Marta Dias e Elba Ramalho e Lisboa-Rio, com a presença de Ney Matogrosso, Paulinho Moska e Virgínia Rodrigues.

António Parreira

 (1946)

Nasceu em Monte Pero-Pardo, S. Francisco da Serra, Santiago do Cacém. Começou por tocar Viola e mais tarde Guitarra Portuguesa tornando-se profissional em 1971 por mérito próprio.

Como profissional tocou vários anos no Forte D. Rodrigo

António Parreira é professor e intérprete de guitarra portuguesa, pai de Paulo Parreira e Ricardo Parreira.

António Parreira é um dos grandes Guitarristas dos últimos tempos.

Tocou com quase todos os mais importantes fadistas e instrumentistas de sempre: Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro, a Rodrigo, António Mourão. Camané, etc.

Músico e pedagogo, tem dedicado a sua vida a tocar guitarra e a ensinar a outros a sua arte. Foi o mestre dos dois filhos, Paulo Parreira e Ricardo Parreira.

António Parreira foi professor de Guitarra Portuguesa no Museu do Fado em 2001

O seu primeiro instrumento foi a Viola tendo acompanhando António Chainho até 1965.

Artur Paredes
(10 de Maio de 1899-20 de Dezembro de 1980)
Um guitarrista genial, “o génio revolucionário da guitarra coimbrã”.
Muitos julgarão que a Guitarra de Coimbra tenha começado com ele, mas não é bem assim. Seu pai, Gonçalo Paredes, que se formou na Universidade em 1912, e seu tio, Manuel Paredes, foram seus antecessores na arte difícil de tocar guitarra.
Artur Paredes foi, assim, o continuador de uma tradição familiar. Tradição familiar, aliás, cujo testemunho passou a seu filho, Carlos Paredes, outro genial guitarrista.
Segundo Nélson Correia Borges “Artur Paredes foi o grande fenómeno da guitarra de Coimbra, afastou-a definitivamente da sua irmã de Lisboa, introduzindo-lhe outras características como uma escola de 470 mm e uma afinação mais baixo do que a de Lisboa. Desenvolveu uma nova técnica de tocar Guitarra Portuguesa de que foi herdeiro seu filho Carlos Paredes. Introduziu nas suas “Variações” a música popular, com predominância da música de Coimbra, com extraordinário virtuosismo. Ninguém como ele toca a “Balada de Coimbra”, que passou a encerrar todas as serenatas. Artur Paredes nunca cursou a Universidade, embora a Academia o considerasse como membro sua Academia.
De sua profissão “empregado bancário”, Artur Paredes participou em muitos Saraus da Tuna e do Orfeão, até ir residir para Lisboa em 1934. Em Agosto e Setembro de 1925, Artur Paredes deslocou-se ao Brasil, como “artista adjunto” da Tuna Académica de Coimbra.

Carlos Paredes

(16 de Fevereiro de 1925 - 23 de Julho de 2004)

(Morre aos 79 anos, vítima de doença prolongada)

Carlos Paredes nasceu em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925, filho e neto respectivamente de Artur e Gonçalo Paredes, dois grandes nomes da Guitarra Portuguesa.

A influência familiar leva-o ao estudo da Guitarra Portuguesa, como refere o instrumentista: “foi com o meu pai que eu aprendi a tirar da guitarra sons mais violentos, como reacção ao “pieguismo” langoroso a que geralmente a Guitarra Portuguesa estava ligada”. Criou um novo estilo na interpretação da Guitarra Portuguesa, o que o viriam a tornar, senão num símbolo do próprio país, num símbolo deste instrumento.

Aos nove anos vai morar para Lisboa. Terminado o Liceu, ingressa no Instituto Superior Técnico, mas não chega a terminar o curso. Em 1957, edita o seu primeiro disco e três anos depois a música é utilizada como banda sonora no filme “Rendas de Metais Preciosos” de Cândido da Costa Pinto.

Em 1962 compõe um dos seus mais belos temas, “Verdes Anos”, uma encomenda de Paulo Rocha para o filme com o mesmo nome. Na década de sessenta, compõe para cineastas como Pierre Kast e Jacques Doniol-Valcroze, Jorge Brun do Canto, Manoel de Oliveira, António de Macedo, José Fonseca e Costa, Manuel Guimarães e Augusto Cabrita. Em 1967, edita “Guitarra Portuguesa”, o seu primeiro disco de 33 rotações com Fernando Alvim à Viola. Quatro anos depois é a vez de “Movimento Perpétuo”.

Entregando-se à revolução de 1974, tocando em diversos pontos do país. Só em 1988 volta a editar um disco: “Espelho de Sons”.

Trabalhou toda a vida como funcionário do Ministério da Saúde.

Carlos Gonçalves

(3 de Junho de 1938)

 Nasceu em Beja a 3 de Junho de 1938. Apaixonou-se pela Guitarra Portuguesa aos 13 anos. Dois anos depois começou a aprender tocar este instrumento, influenciado pelo que ouvia na Rádio, sobretudo quando se tratava de José Nunes. Em 1957 veio viver para Lisboa, tendo sido contratado para tocar na Adega da Anita e no Parque Mayer. Posteriormente passou para o Restaurante Típico Lobos de Mar, na Calçada de Carriche. Foi depois para a Viela, Márcia Condessa, Toca, Severa e o Folclore. Em 1965 esteve no Carlota de Cascais, daqui passou para a Taberna do Embuçado em Alfama, para o Arreda e Picadeiro. Até esta altura tinha acompanhado Alfredo Marceneiro, Filipe Pinto, Maria Teresa de Noronha, Lucília do Carmo, Argentina Santos, Fernando Farinha, Fernando Maurício, Fernanda Maria e Beatriz da Conceição. Em Maio de 1968 passou a acompanhar Amália Rodrigues, integrada no conjunto de José Fontes Rocha. É autor do Fado, "Quero Que Sintas Que Te Quero", com música popular.  Em 2004 Carlos Gonçalves voltou a brindar os amantes da Guitarra Portuguesa, através da edição de novo álbum produzido pela CNM onde encanta com 0 Meu Sentir, de Jaime Santos, Meditando, de Armandinho, Marcha Fadista, de Armandinho / Francisco Carvalhinho, Lágrima, de Carlos Gonçalves, Caixinha de Música, de José Nunes, Lisboa Antiga, de Raul Portela, Variações em Mi, de Armandinho/José Nunes, Variações Em Si Menor, de José Nunes, Vira de Frielas, de José Nunes, Fado João de Deus, de Armandinho/José Nunes, Balada de Coimbra, de Artur Paredes com arranjo seu, Romance e Abril em Portugal, de Raul Ferrão. Fez conjunto com Sebastião Pinto Varela, Jorge Fernando e Joel Pina nos Anos 80. Nessa altura atingiu o ponto máximo da sua carreira, como autor e como intérprete, tendo acompanhado D. Amália Rodrigues em várias gravações e espectáculos ao vivo. A sua colaboração com Amália durou até 6 de Outubro de 1999, data em que ela faleceu.

Costa Branco

( ----)
Costa Branco, dedica-se à Guitarra Portuguesa desde os tempos de juventude.
Começou ainda estudante na sua terra natal (Castelo Branco) pela Balada de Coimbra.
Depois, ainda no decurso da vida académica, vem para Lisboa onde toma contacto com o Fado de Lisboa, Fadistas, Guitarristas e não mais deixa esta área musical.
Pertence ao trio de "Sons de Lisboa".
(Pouca informação sobre este Guitarrista)

Francisco Carvalhinho

(1918-1990)

Francisco José Gonçalves de Carvalho nasceu em Lisboa em 1918 e morreu em 1990. Aprendeu o ofício de relojoeiro.

Aos 12 anos para além de guitarra, aprendeu a tocar outros instrumentos, nomeadamente banjo e bandolim.

Conhecido apenas por Carvalhinho devido à sua pequena estatura, apelido que adoptou no nome artístico.

Actuou no Retiro da Severa, acompanhado à viola por Santos Moreira, mais tarde no Café Mondego e no Café Latino.

 

Em 1941 apresentou-se no Café Monumental e durante um ano na Sala Júlia Mendes do Parque Mayer com Martinho d' Assunção.

Em 1950 integra o conjunto de guitarras de Martinho d' Assunção, juntamente com Jaime Santos e Alberto Correia.

Em 1951 participa nos espectáculos dos “Companheiros da Alegria” de Igrejas Caeiro.

Em 1953 realizou uma longa tournée por Angola, Moçambique e África do Sul com Maria Pereira e Martinho d' Assunção. Tocou nos Restaurantes Típicos de Fado: Adega Machado, Adega da Lucília (mais tarde O Faia), no Vara Larga, no Pinóia e no Salvaterra, mas foi no “Restaurante Típico a Severa” que esteve como guitarrista privativo durante vários anos seguidos.

Gravou para vários artistas, nomeadamente para Alfredo Marceneiro, por quem nutria uma grande amizade e admiração.

A partir dos anos 80 dedicou-se à reparação de instrumentos de corda.

Francisco Carvalhinho gravou vários discos com variações à guitarra, acompanhado por Martinho d' Assunção, grande parte com composições suas, Improviso em Ré e outros. Autor de numerosos Fados, destacando-se: Eu Sou do Fado; Fado Brigão; Dias Contados; Duas Palavras; Rua Sem Sol.

Deixou geração fadista, o seu filho Carvalhinho Júnior (que adoptou o nome artístico do pai).Toca Viola de acompanhamento sendo um músico de qualidade e muito solicitado.

Carvalhinho Júnior

(-----)

Grande Viola de Fado, conhecedor das diversas técnicas do acompanhamento de Fado, tem uma Escola onde ensina a tocar Viola e as técnicas de cantar o Fado.

(outra informações a serem actualizadas)

Fernando Alvim
(1934)
Nasceu em Cascais, a 6 de Novembro de 1934, mas morou sempre em Lisboa.
A mãe tocava piano e transmitiu-lhe o gosto pela música, desde pequeno que o leva a assistir a concertos.
Aos 18 anos, Fernando Alvim tem as primeiras aulas de viola com o professor Duarte Costa.
Aos 24 anos, frequenta um curso com o guitarrista Emílio Pujol.
Inicia a sua carreira profissional aos 21 anos, tocando como acompanhante em Casas de Fado amador.
Na Emissora Nacional, Fernando Alvim foi responsável por um programa de Music-Hall chamado «Nova Onda», que dará o nome ao conjunto que posteriormente formou com outros músicos e que estará na origem do “Conjunto Mistério”.
Fernando Alvim praticamente acompanhou e gravou com quase todos os fadista de renome.
Em 1959 , inicia uma parceria de trabalho com Carlos Paredes, que durou 24 anos , mas ao longo desses anos, Fernando Alvim desenvolve outras actividades, tocando com vários músicos do Hot Club, fez parte integrante do conjunto de músicos do popular programa televisivo Zip-Zip,
Em 1969, fundou o “Conjunto de Guitarras de Fernando Alvim”, que tocaram para diversos artistas, quer em espectáculos, quer em gravações.
Fernando Alvim fez ainda “parelha” com os guitarristas João Torre do Vale (Zina), António Chainho e Pedro Caldeira Cabral.
Em 1998, participa no disco de António Chainho, “A Guitarra e Outras Mulheres”, as cantoras Teresa Salgueiro, Elba Ramalho, Nina Miranda, Filipa Pais, Marta Dias e Sofia Varela.

Fontes Rocha
(1926)
Nasceu no Porto em 1926.
Nasceu numa família de gente ligada à música. O seu avô paterno foi regente de uma banda popular. Com ele aprendeu música e a tocar violino, mas o pai, que tocava guitarra, foi quem mais o influenciou, a tocar o instrumento que veio a ser a sua grande vocação.
Aprendeu o ofício de electricista.
Aos 20 anos começou a tocar como amador entre amigos e em festas particulares. Dez anos depois veio para Lisboa e começou por adoptar o estilo de José Nunes, que acabou por marcar profundamente a sua própria interpretação.
Em Lisboa actuou durante algum tempo no Restaurante Típico Patrício, na Calçada de Carriche e quando este encerrou, em 1956, foi trabalhar na sua profissão de electricista para os CTT.
Mais tarde abandona definitivamente a profissão de electricista e dedica-se em exclusivo à Guitarra.
Fez parte do conjunto de guitarras de Raul Nery (então também integrado por Júlio Gomes e Joel Pina), com o qual se deslocou ao estrangeiro para acompanhar D. Maria Teresa de Noronha em vários espectáculos e com D. Amália Rodrigues, que acompanhou durante doze anos.
De todos os espectáculos em que participou, realça-se no Olympia em Paris em 1968, destinado aos emigrantes portugueses com Castro Mota (Viola) ainda no Conjunto de Guitarras de Raul Nery.
Além dos discos gravados com o Conjunto de Guitarras de Raul Nery, Fontes Rocha gravou mais três discos com “Guitarradas”, e noutros acompanhou Amália e Natália Correia, esta na declamação de poesias. É também autor das músicas de vários fados, tais como: Quentes e Boas , Fado Isabel, Anda o Sol na Minha Rua, Lavava no Rio Lavava e Trago o Fado nos Sentidos (ambos com letras de Amália), etc.

Fernando Silva
(1966)
Fernando Jorge Aniceto Silva nasceu na bonita vila de Óbidos, em 1966.
Desde muito jovem que sentiu o gosto para a música, o pai cantava Fado como amador, o tio Guilherme, irmão de seu pai, vendo o seu gosto pela música ofereceu-lhe uma Guitarra, que Fernando ainda se recorda que lhe parecia maior do que ele, pois tinha só 12 anos. Como o tio Guilherme tocava Guitarra e por vezes até dedilhava para pôr o irmão a cantar, o jovem Fernando não tirava os olhos dos dedos do tio. Lembra-se que lhe parecia um acariciar do instrumento.
Como havia em casa discos de Fado, começou sozinho a tentar reproduzir os notas musicais que ouvia. Passado pouco tempo ainda de calções, já acompanhava nas festas populares, alguns amadores lá da terra e era muito aplaudido.
Entretanto estuda e tira o curso de "Desenhador Projectista de Moldes" e chega a trabalhar numa empresa na Marinha Grande.

João Maria dos Anjos

(1856-1889)
Nasceu em Lisboa em 1856, tendo tido a profissão de Sapateiro em Alfama.
Morre na rua Direita de Arroios no dia 25 de Junho de 1889 (33 anos).
Foi professor de guitarra do Rei D. Carlos, que no final da vida lhe pagava o médico e os tratamentos, bem como o respectivo funeral.
Por deliberação camarária de 16 de Agosto de 1889, passou a chamar-se Rua dos Anjos à rua direita de Arroios antiga rua do registo Civil.
Fundou o Sexteto de Guitarras João Maria dos Anjos.
Na Guitarra – João Maria dos Anjo
Luís Cardoso da Silva (O Petrolino)
João da Preta
Augusto Pinto de Araújo (O Camões)
Na Viola - António Eloy Cardoso
José Maria Uriceira (O Zaraquitana)
O Primeiro concerto público foi no dia 3 de Maio de 1873

Jaime Santos
(1 de Julho de 1909 - 4 de Julho de 1982)
Jaime Tiago dos Santos nasceu na freguesia de Santa Engrácia, Alfama, Lisboa, em 1 de Julho de 1909.
Filho de gente humilde, a sua família revelara já algumas vocações musicais, entre elas, a do avô materno, Manuel dos Santos (Manuel Jardineiro), que tocava guitarra e cantava o Fado.
Aprendiz de marceneiro aos 12 anos de idade, já dava os primeiros passos na viola, bandolim e violino, em festas populares e sociedades recreativas. Dedicou-se mais à Viola, acompanhando, entre outros, os guitarristas José Marques (Piscalareta), Fernando de Freitas, Gonçalves Dias e Bento Camacho. Porém, foi a guitarra o instrumento que mais o entusiasmou e cuja aprendizagem iniciou em segredo, tendo como referência, entre outros, o grande guitarrista Armandinho por quem tinha uma enorme admiração, e com o qual manteve uma saudável amizade até à morte deste. Casou com uma das filhas (Ofélia) de Georgino de Sousa, violista de Armandinho, tendo sido este quem o incentivou a trocar a Viola pela Guitarra e o lançou como guitarrista, integrando-o no seu conjunto de guitarras e violas (1937/1938). Acompanhado pelo violista Miguel Ramos, substituiu Casimiro Ramos, estreando-se no Café Luso (Avenida da Liberdade), em 1939.
Seguiu-se o Retiro da Severa, onde passou a actuar alternadamente com a famosa parelha Armandinho e Santos Moreira, estabelecendo-se então uma saudável rivalidade entre os dois Guitarristas: o veterano Mestre e o jovem virtuoso. No entanto, isso não afectou a sua amizade com Armandinho, muito pelo contrário, chegando este ao ponto de considerar Jaime Santos como uma das maiores revelações da guitarra.
Em 1944, foi convidado a fazer parte do Conjunto Português de Guitarras, de Martinho da Assunção, de que também faziam parte António Couto (Guitarra), Alberto Correia (Baixo) e o próprio Martinho da Assunção (Viola).
No início da carreira internacional de Amália Rodrigues (por volta de 1945), foi ele que a acompanhou em espectáculos por Portugal, Estados Unidos, México, etc. No ano de 1955, participou com Amália, no filme "O Fado" (1947) e na produção francesa, "Les Amants du Tage" (1954). Além disso, protagonizou ainda com Amália uma curta-metragem de Augusto Fraga, que tomou como base para esse trabalho o famoso quadro do pintor José Malhoa dedicado ao Fado.
A partir de 1963 começou a construir e a tocar os seus próprios instrumentos.

Jaime Santos Júnior
(----)
Jaime Santos Júnior é filho de um dos melhores guitarristas Portugueses (Jaime Santos).
É conhecido pelos amigos por Jaiminho.
Estudou na Academia de Lisboa, passando pela Bossa Nova através do Prof. Fernando Alvim.
Jaime Santos foi o aluno com a melhor nota na arte de tocar Viola Dedilhada conhecida por “Guitarra Clássica”.
(Tenho pouca informação sobre este grande profissional)

Joel Pina

(19 de Fevereiro de 1920)
Joel Manuel Pina, nasceu a 19 de Fevereiro de 1920, em Rosmaninhal, Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco.
Seu pai era negociante de gado, e também tirava uns acordes na Guitarra Portuguesa e foi por isso que o Joel Pina se enfeitiçou pelos instrumentos de corda, começando por aprender a tocar num Bandolim que seu pai lhe tinha comprado.
Joel Pina frequentou o liceu até ao 2º ano. Ensinava os moços da aldeia e também os incentivava a tocar. Mas a vontade de saber mais, levou-o a tomar contacto com um marceneiro, que tocava vários instrumentos e sabia solfejo, para lhe dar aulas de música.
Era na barbearia do Sr. Joaquim Girão que se juntava os músicos da aldeia. Era uma verdadeira escola para Joel Pina que pretendia aprender mais e onde também mostrar os seus dotes como músico. Mais tarde vem para Lisboa e frequentando o Café Luso. Tomou conhecimento com o grande mestre e professor Martinho da Assunção, que lhe dá as instruções e a técnica de acompanhar Fado. Tempos depois, passou a fazer parte do Conjunto Martinho da Assunção, tocando Violão Baixo. Durante anos esteve em emissões de Rádio na Emissora Nacional e mais tarde ingressou no Conjunto de Guitarras de Raul Nery, com Fontes Rocha na Guitarra, Júlio Gomes na Viola.
Joel Pina afina o seu Violão Baixo de uma maneira diferente do habitual. Normalmente, um Violão Baixo afina do agudo para o grave em: Sol, Ré, Lá, Mi. Mas a afinação que Joel Pina utiliza é conhecida por afinação de Bandolim ou de Violino (do agudo para o grave: Mi, Lá, Ré, Sol)
Joel Pina foi um acompanhante da D. Amália Rodrigues durante muitos anos, fazendo um sem número de gravações em disco. Com Amália viajou pelo mundo, para além de ter acompanhado muitos outros fadistas.

Jorge Fernando

(8 de Março de 1957)

Jorge Fernando da Silva Nunes nasceu em Lisboa no dia 8 de Março de 1957.

Com quatro anos já cantava em colectividades de Lisboa. Muda-se com os pais para o Brasil e com 11 anos regressa a Portugal tendo vivido com os avós (a Ti Preciosa e o marido) em Albergaria-a-Velha e depois no Barreiro. Aos 13 anos faz parte do grupo Futuro. Passado pouco tempo começa a tocar para o fadista Fernando Maurício para quem compõe "Boa Noite Solidão". Deixa para trás a sua carreira de futebolista, onde chegou a internacional júnior. Grava vários discos para a editora Alvorada. O disco "Trigueirinha" e um outro com os temas "Se Me Pedisses Desculpa" e "Semente do amor". Em 1976, com 19 anos, conhece Alcino Frazão, um dos maiores guitarristas da história do Fado e com ele começa a tocar. Um ano depois já fazia parte do grupo de D. Amália Rodrigues, convidado por Carlos Gonçalves. Foi Violista de Amália em discos como "Lágrima" (1983), "Com que Voz" (1985) e "Obsessão" (1990) e também em espectáculos por todo o mundo. Concorre ao Festival RTP da Canção com "Rosas Brancas para o meu Amor" em 1983. "Umbadá", "Mulata" e "Lua Feiticeira Nua" foram outros dos seus grandes sucessos no âmbito da chamada música ligeira. Em 1989, publica o seu primeiro álbum de fados, intitulado "Boa Noite Solidão". Na I Grande Gala dos Troféus Amália Rodrigues (2005) recebe o galardão de melhor Violista-Compositor.

Jorge Fontes
(1938 - )
Jorge Fontes nasceu em Lisboa em 1938.
Toda a sua actividade artística está associada às casas de fado em Lisboa, actuando não só em nome individual mas também como acompanhamento de muitos fadistas. Foi num desses locais emblemáticos, o restaurante "A Severa", que durante anos Jorge Fontes e o seu Conjunto de Guitarras foi cabeça de cartaz e teve o mérito de apoiar o aparecimento de novos valores como foi o caso de António Chaínho, que se estreou como profissional no seu conjunto.
Mas nem só os fadistas e guitarristas despertaram a atenção de Jorge Fontes. Noutras áreas musicais o seu nome está ligado a outros cantores como o popular Quim Barreiros e António Variações.
A ele também se deve o mérito de divulgar os fabricantes de Guitarras Portuguesas como é exemplo a capa de um disco em que se deixa fotografar na oficina de Gilberto Grácio.
Como grande Guitarrista editou dezenas de EP's e LP's, muitos dos quais apenas com registos de sua autoria. Bastante popular nas décadas de 60 e 70 nunca deixou no entanto de estar atento à sua condição de cidadão activo e dar o seu contributo como é prova num dos seus EP's de 1974 constar o carismático tema de Pedro Osório "Portugal Ressuscitado".
Actuou por diversas vezes em programas recreativos da RTP e no estrangeiro em Espanha, França, Bélgica, Itália, Holanda e Suécia.

(pouca informação sobre este Guitarrista)

José Inácio
( ---)
Artista versátil, José Inácio, cantava Fado e também tocava Guitarra. Como violista atingiu o lugar que ocupou entre os melhores da sua geração. Era funcionário da Câmara Municipal de Lisboa, mas nunca deixou de actuar assiduamente nas casas típicas.
Várias casa de Fado tiveram o privilégio de o ouvir tocar com o Retiro dos Marialvas, Café Salvaterra, Patrício, Lobos do Mar, Tradição e Pampilho (Calçada de Carriche), Retiro da Bairrada (Benfica), Parreirinha do Rato, Nau Catrineta, Viela, Solar da Hermínia, Tipóia, Ritz Club, Cristal, Olímpia, etc.
Em 1979 acompanhou Cidália Moreira numa digressão à Alemanha, em que aquela artista obteve um dos seus maiores êxitos num castelo perto de Hamburgo, numa festa de uma empresa vinícola alemã. Ao longo da sua vida de instrumentista tocou com os mais diversos guitarristas. Foi um dos Violistas preferidos de José Nunes, que muito o apreciava. Como compositor, são da sua autoria os seguintes Fados: Maria Sozinha, A Malva Rosa e Velha Capa, Moda Fadista, Foi Hoje, Adeus, Tentação, Fado Augusta (quadras), Fado Rina (quintilhas), Fado Galeno (sextilhas) e Fado Dinora (decassílabos), etc. Compôs também, entre outras, as seguintes variações: Dança Portuguesa, Retalhos Clássicos, Dança Gitana, Oração, Rapsódia Portuguesa e Marcha Militar. Conhecido no meio fadista, onde é muito estimado, José Inácio é também uma figura familiar do Bairro Alto, que habitava desde criança.

José Luís Nobre Costa
(1948)
Nascido em Lisboa, na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em 1948, José Luís Nobre Costa é um dos mais prestigiados guitarristas portugueses. Não chegou a conhecer o avô paterno que tocava Guitarra como amador, mas ainda brincou com a Guitarra dele, em casa de seus pais, que gostavam muito de Fado, escutando-o em programas de rádio ou nas vozes dos fadistas que constavam da sua razoável colecção de discos.
Estudou na Escola Eugénio dos Santos, chegou a pedir ao pai para lhe arranjar um professor de Guitarra. Não teve muita sorte porque o pai receava que os estudos ficassem para trás. A partir dos treze anos começou a juntar dinheiro e quando amealhou 250$00, comprou uma guitarra.  Havia na família de José Luís um guitarrista profissional, (Alfredo Rodrigues), que começa a levá-lo a casas de Fado onde vai tocar. Nobre Costa vai aprendendo os movimentos dos dedos na Guitarra e a pouco e pouco, vai aperfeiçoando os seus conhecimentos do instrumento.
Com o correr dos anos da adolescência, passa a fazer parte de um grupo de boémios amadores de Fado, “Os Feiticeiros”, que integrava fadistas e tocadores, cujos pontos de encontro eram os restaurantes “Pote” ou “A Alga”, no bairro de Alvalade, onde decorriam as Fadistices. Mais tarde, em 1969, estreia-se como profissional no restaurante típico “O Faia”, ao Bairro Alto, tocando ao lado de nomes como o violista Orlando Silva e dos guitarristas Ilídio dos Santos (o “Very Nice”) e Fernando Freitas, um mestre, dos autênticos, da guitarra portuguesa, com quem muito aprende e que lhe dá apoio decisivo.

José Manuel de Castro Gomes
(Guitarrista, Fadista e Letrista)
José Manuel de Castro Gomes, nasceu em Lisboa no bairro de Alvalade.
Bem cedo, ainda no período escolar, mostrou tendências para a música, participando no grupo coral da escola Patrício Prazeres. Foi ajudado nessa altura, por um professor que tocava realejo, o que o levou ainda mais a gostar de música e tocar, sendo o realejo o primeiro instrumento que tocou. Com 18 anos gravou o primeiro disco com a colaboração de Jorge Fontes, com temas deste e de Matos Maia (locutor e apresentador de espectáculos). Foi participante em várias Grandes Noites de Fado no Coliseu dos Recreios em Lisboa. Com 17 anos foi convidado para cantar num grupo de baile na Calçada da Picheleira, no Império Clube da Picheleira, grupo que teve por nome “O Expresso". No conjunto "6 de Portugal" tocou cerda de 12 anos. Tocou como Guitarrista para Fernando Maurício.
José Maria Nobrega
(19 de Novembro de 1926)
Nasceu em Alijo, Alto Douro em 19 de Novembro de 1926. Aos 10 anos foi viver com os seus pais para o Porto, onde aprendeu a tocar Bandolim. Entretanto trabalhou como aprendiz de alfaiate. Seu pai tocava Guitarra com os amigos e pouco depois também quis fazer o mesmo com a ajuda dum vizinho que também tocava Bandolim. Aos 13 anos tocava Viola e pouco depois fundou com José Fonseca (Violino) e Abílio Nunes (Bandolim) um conjunto de baile. Mais tarde este agrupamento transformou-se em sexteto com a entrada no grupo de um acordeonista, um baterista e um saxofonista.
Em 1952 actuou com o guitarrista Marcírio Ferreira e a cantadeira Elisa Silva no Palácio de Cristal do Porto. Em 1953 tocou com o guitarrista Samuel Paixão no Dancing Palladium. Entretanto, estabeleceu-se como alfaiate em Padrão da Légua, Porto. Vivia ali um barbeiro, Álvaro Martins, que tocava Guitarra Portuguesa e que o influenciou na entrada para o Fado. Em 1957 actuaram no Tamariz do Porto. Convidado por Moniz Trindade, inaugurou em Janeiro de 1958 o Café Pam-Pam, que se situava junto à Praça do Chile. Quando o estabelecimento encerrou as suas portas, Álvaro Martins regressou ao Porto, e Nóbrega passou a acompanhar Jorge Fontes. Foi tocar para a Nau Catrineta, estabelecendo-se outra vez como alfaiate, agora no Largo da Misericórdia. Por falta de tempo e cada vez mais solicitado para o Fado, desistiu de vez da profissão de alfaiate. Entretanto quis aperfeiçoar-se, recebendo lições de Viola do Professor Duarte Costa. Em Fevereiro de 1968 colaborou activamente na realização do Mês de Portugal promovido em Copenhaga pelo Centro de Turismo de Portugal, tendo actuado no Festival Português realizado no Restaurante Lorry. Actuou na Tágide, acompanhando a fadista Helena Tavares, na Nau Catrineta com Jorge Fontes acompanhou Moniz Trindade (1958 e 1959), e passou por todas as casas de Fado de Lisboa. Na sua vida profissional acompanhou grandes figuras do Fado como, Carlos do Carmo. Em 2005 a Casa da Imprensa atribuiu-lhe o Prémio Carreira e a Fundação Amália Rodrigues concedeu-lhe o prémio Viola do Fado.

José Martins

(21 de Maio de 1939)

Filho de Augusto José Martins (músico de Banda que tocava Clarinete e Saxofone) e de Adelina Jesus Martins, nasceu em Lisboa (São Sebastião da Pedreira) no dia 21 de Maio de 1939. O seu primeiro instrumento foi um Bandolim do construtor João Pedro Grácio que lhe custou 600$00. Aprendeu a tocar Acordeão, Viola, Bateria e Cavaquinho Brasileiro. A sua primeira Guitarra Portuguesa foi comprada à viúva do construtor Álvaro Merceano da Silveira. Fazia Leques e Atadilhos par o construtor João Pedro Grácio. Teve como profissão a de Desenhador de Construção Civil.

José Nunes
(28 de Dezembro de 1916- 23 de Fevereiro de 1979)
José Nunes Alves da Costa nasceu no Porto em 1916 e foi um dos poucos guitarristas de quem Artur Paredes tinha grande admiração. Aprendeu a tocar o Fado Menor, ainda muito novo, com um sapateiro de Pereiro, nos arredores do Porto. A pessoa que mais o marcou terá sido “o Barbeirinho” com quem muito aprendeu na sua juventude. Com 8 anos veio para Lisboa, estudar no Instituto dos Pupilos do Exército, onde concluiu o Curso Técnico de Electrotecnia. A influência do Fado começou quando a mãe se mudou para uma casa que pertencia ao Exército, na Mouraria, na rua Marquês de Ponte de Lima, a zona mais Fadista de Lisboa. Na época existia uma taberna na rua dos Cavaleiros onde, quem queria tocar, tinha sempre uma Viola e uma Guitarra, onde os amantes do Fado se encontravam. Foi aqui que José Nunes começou a mostrar os seus dotes de Guitarrista.
Em 1936 com 20 anos, tornou-se profissional, tendo-se estreado no Café Mondego sempre acompanhado por Alfredo Mendes.
Mais formou um “Trupe de Guitarra” com Casimiro Ramos (Guitarrista), Alfredo Mendes e Pais da Silva com quem tocou, com o seu estilo inconfundível, no Café Luso e no Solar da Alegria.
Foi um dos primeiros guitarristas na Rádio, aonde colaborou com a Emissora Nacional em programas dedicados ao Fado, transmitido às 6ª feira às 23 horas, durante 30 anos.
Em 1956 participo nas emissões experimentais da RTP, onde mais tarde actuou em várias séries: 1972 – Fado Português, 1979 – Fado Vadio. Em 1956 participou no filme “Lavadeiras de Portugal”.
Em 1960 acompanhou Amália Rodrigues, mas devido ao medo que tinha de andar de avião teve de a deixar de acompanhar em digressões ao estrangeiro, tendo sido substituído por Fontes Rocha.
José Nunes gravou mais de 50 discos em que acompanhou Fernando Farinha, Beatriz da Conceição, Alfredo Marceneiro, Carlos do Carmo, Carlos Zel, Fernando Farinha, João Braga, João Ferreira Rosa, Natalina Bizarro, Teresa Silva Carvalho, Teresa Tarouca, Vicente da Câmara e outros Fadistas e Cantadeiras famosos.
José Nunes gravou um disco, com José Inácio na Viola e José Vilela na Viola Baixo em que nos deixou uma enorme recordação da sua habilidade técnica, talento e execução tanto nas suas composições: Fado Bolero, Variações no Fado Paloma, Caixa de Música e numerosas variações e arranjos. Em cada uma das Casas de Fado e Recintos em que actuou, José Nunes foi sem dúvida a vedeta e será conhecido como um dos melhores guitarristas de sempre. Foi professor de amadores e influenciou com o seu estilo, muitos Guitarristas profissionais.
O seu funeral teve direito a uma Guarda de Honra, com o som de muitas Guitarras, tocadas por amigos e admiradores.
José Nunes faleceu em 1979.

José Pracana
(1946)
José Pracana é um dos conceituados guitarristas portugueses.
Natural de Ponta Delgada, S. Miguel, Açores, onde nasceu em 1946.
Grande admirador e estudioso do Fado, das suas origens e de famosos guitarristas (violistas), que são grandes referências e verdadeiros ícones da Guitarra Portuguesa, nomeadamente Armandinho, Jaime Santos, Artur Paredes e muitos outros.
José Pracana iniciou a sua carreira artística depois de fixar residência em Lisboa, em 1964, como "fadista amador". Sempre fez questão de manter este estatuto.
Na televisão actuou já em programas como "Zip-Zip" (1969), "Curto-Circuito" (1970), "Um, Dois, Três" (1985), "Noites de Gala" (1987), "Piano Bar" (1988),"Regresso ao Passado" (1991) e "Parabéns" (1994), entre outros.
Como amante do Fado, José Pracana editou os trabalhos discográficos "Primavera Perdida" e "A Lenda das Rosas". Como imitador, gravou um trabalho discográfico intitulado "A Ceia dos Intelectuais".
Contudo, é como guitarrista que se encontra representado em muitos discos acompanhando fadistas como Orlando Duarte, Alfredo Marceneiro (de quem era amigo pessoal), João Braga, Nuno de Aguiar, João Ferreira-Rosa, etc. Tem uma participação especial no grupo de cantares "Belaurora", das Capelas, S. Miguel.
Ao longo da sua carreira de guitarrista actua em vários locais de Portugal (Açores e da Madeira), mas também Angola, Macau, Espanha, França, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Hungria, Israel, Tailândia, Zaire, África do Sul, Brasil, Venezuela, Argentina, EUA, Canadá, Japão, enfim um digno diplomata da Guitarra Portuguesa.
José Pracana tem vindo a dedicar-se também à investigação, organizando para a editora EMI/Valentim de Carvalho e assessorando em Londres nos famosos estúdios da "Abbey Road" a remasterização digital de exemplares em 78 rpm e 45 rpm para a edição "Biografias do Fado" (1994/97/98) e "Biografia da Guitarra" (2005).
Colaborou igualmente na edição de "Um Século de Fado" (EDICLUBE -1999) e participou no "I Colóquio Internacional do Fado"realizado em Lisboa (2001), além de ter proferido a palestra "O Fado em Lisboa e a Guitarra Portuguesa" na Sociedade de Geografia de Lisboa (2002).
A mais recente participação artística culmina com a sua actuação como guitarrista no "Japão / Expo AICHI 2005" e com a conquista do "Prémio Fado Amador" que lhe foi atribuído pela Fundação Amália Rodrigues.

Júlio Peres

(Não tenho informações)

Luís Ribeiro

(2 de Dezembro de 1953)

Luís Manuel Ribeiro, nasceu em Bragança, a 2 de Dezembro de 1953.

Desde muito cedo ficou a gostar da sonoridade da Guitarra, porque seu pai tocava este instrumento.

O pai estava no negócio das madeiras (Serração Ribeiro), e um dia um “guitarreiro” de Bragança precisando de um determinado tipo de madeira, que este tinha em stock, quis negociar a sua aquisição. O Sr. Ribeiro, logo ali viu a possibilidade de ter um instrumento em casa, e assim, propôs ao “guitarreiro”, dar-lhe a madeira que ele necessitasse, mas em pagamento, queria uma guitarra para ele, o que este aceitou.

E assim o jovem Luís lá foi dedilhando na Guitarra, com a ajuda do pai e de um vizinho que também tocava (o Sr. Adérito) com quem aprendeu a afinar o instrumento e sempre que podia ensaiava, aprendendo de ouvido os Fados mais conhecidos na época.

Tirou o Curso Industrial de Electromecânica, e em 1972 veio para Lisboa, sendo admitido nos quadros da “Portugal Telecom”, onde se manteve até se reformar em 2002.

Certo dia um patrício levou-o à Casa de Trás-os-Montes, onde conheceu uns senhores do "Ousilhão", tendo conhecido  através deles,  um professor que dava aulas de Guitarra, que o entusiasmou, levando-o de novo  ao contacto com a Guitarra Portuguesa.

Com um amigo alentejano que tocava Viola, começaram a reunir-se na Casa de Trás-os-Montes, todas as terças-feiras, para ensaiar. Mas a partir de certa altura, os ensaios passaram a ser noites de Fado, tendo levado, a que  a Casa de Trás-os-Montes, vivesse um período áureo, uma vez que às terças-feiras passou a registar grande afluência de amantes do Fado. Foi também na Casa de Trás-os-Montes, que conheceu o Rodrigo, de quem se tornou amigo

Luísa Melo

Está radicada no Canadá e é amante do Fado e da Guitarra Portuguesa.

(Não tenho mais informações)

Manuel Mendes

(Não tenho informações)

Martinho d´Assunção Junior
(1914- 1992)
Nasceu em Lisboa e era filho de Martinho d´Assunção, que foi fadista e poeta. Seu pai criou-o no meio fadista e aprendeu a tocar Guitarra Portuguesa, Bandolim e Violino, acabando por se decidir pela Viola. Foi aluno de João da Mata Gonçalves substituiu o seu mestre em 1926, apenas com 12 anos, em Setúbal, naquele que foi o seu espectáculo de estreia, onde acompanhou Armandinho. Aprendeu a tocar Viola Dedilhada (dita Guitarra Clássica) com o professor espanhol Agostin Rebel Fernández.
Tocou ao longo da vida em muitos locais como o Salão Jansen, Bar Avenida, Solar da Alegria, Café Mondego, Mirante, Estribo, Luso, A Toca, Lisboa à Noite, O Faia, etc. Em 1932, acompanhou Armandinho numa digressão pelos arquipélagos da Madeira e dos Açores, juntamente com Ercília Costa e João da Mata. No ano seguinte, actuou em Angola e Moçambique, com Armandinho, Berta Cardoso, Madalena de Melo e João da Mata.
Em 1937 e 1938 dirigiu uma “Trupe de Fado” que tinha como elementos Constança Maria (voz), José Duarte Costa (Viola), Francisco Carvalhinho e Fernando Freitas (Guitarras). Em 1942, actuou no Casablanca (Parque Mayer) integrado no Conjunto Artístico Português, juntamente com Jaime Santos, Fernando Freitas (ambos guitarristas), Miguel Ramos e Freitas da Silva (violistas) e mais tarde com Alberto Correia (violista), Jaime Santos e António Couto (guitarristas).
Entre 1951 e 1953 participa no elenco dos Companheiros da Alegria, de Igrejas Caeiro e Elvira Velez. Ainda 1953, regressa a África com Maria Pereira e Carvalhinho.
Compôs várias músicas, como Fado Faia (com letra de Linhares Barbosa), Bom Dia Meu Amor (letra de Vasco de Lima Couto), Uma História (letra de Aníbal Nazaré), Fado do Chiado (letra de José Carlos Ary dos Santos), Casinha de um Pobre e Fado Corridinho (letras de Frederico de Brito), Restos de Mouraria, para o poema com o mesmo nome de Carlos Conde e para o repertório de Alfredo Duarte Junior.
Admirador de Andrés Segovia, dotado de uma técnica e de um bom gosto musical, foi considerado o maior violista português. Interpretava também temas eruditos actuando algumas vezes como solista clássico. Dedicou-se ao ensino de Viola, tendo igualmente nesta área exercido uma significativa influência no meio fadista. Foi casado com a fadista Berta Cardoso.

Mário Cotrim

(27 de Junho de1932)

Mário da Silva Cotrim nasceu em Lisboa. Seu pai, Raul Cotrim (27/6/1910), era motorista e a mãe, Ilda da Conceição Cotrim (12/7/1912) era doméstica na sua própria casinha. Tem dois filhos (o Carlos Jorge e a Maria Helena). Andou na Escola Industrial Fonseca Benevites, onde tirou o curso de mecânica. Foi motorista e taxista de profissão, indo "apanhar os camones" ao aeroporto e levá-los às Casas de Fado. Tocou com 14 anos na Viola do pai (comprada em Sevilha ainda com cravelhas de madeira) e fez parte de uma "Trupe de Bailaricos" (Rapazes da Melodia) formada por uma Bateria, 3 Violas, 3 Banjolins e uma Banjola. Tocou pela primeira vez Viola de Fado numa Boîte acompanhando Natalino Duarte. Em 1976 acompanhou em Alenquer Pedro Caldeira Cabral. A sua grande Viola de Fado foi construída por João Palmeiro em 1972, que lhe custou 4.750$00 com estojo, em madeira de Ácer. Um dia "o amigo do alheio" levou do seu automóvel a sua Viola preferida. Sempre teve uma maneira própria de acompanhar o Fado.

Mário Pacheco

(----)

 Filho de António Pacheco, acompanhou o  pai à Viola. Estudou música e Viola Dedilhada (dita Guitarra Clássica) na Academia de Amadores de Música. Profissionalmente foi violista de Fado entre 1969 até meados da década de 1980, altura em que decide dedicar-se à Guitarra Portuguesa. Entre outras razões, para responder às suas necessidades de compositor. Toca e acompanha o Fado numa Guitarra de Coimbra.

Acompanha grandes vozes do Fado da actualidade. É autor das música de vários Fados conhecidos: Cavaleiro Monge (cantado por Mariza), Diz se me conheces (cantado por Paulo Bragança), Porque voltas de que lei (cantado por Ana Sofia Varela).

É proprietário desde 1995 de um restaurante de Fado, o Clube de Fado (Alfama, Lisboa), onde costuma tocar.

Marta Pereira Costa
(----)
Começou a tocar Piano aos 4 anos. A sua educadora de infância, já lhe detectara um jeito muito especial para a música! Primeiro em aulas particulares, mais tarde na Fundação Musical dos Amigos da Criança. com os professores Amélia e António Toscano, onde também frequentou as aulas de Canto Coral onde concluiu o curso de Formação musical. O curso de piano está ainda por terminar, tendo frequentado o sétimo grau.
A Guitarra Portuguesa só apareceu mais tarde, aos 18 anos, por incentivo do pai, que lhe apreciava a beleza do som, pela ligação ao Fado de que tanto gostava e pela novidade que seria uma mulher tocar um instrumento quase exclusivamente destinado a homens! O guitarrista Carlos Gonçalves, acabou por ser o seu primeiro “mestre” e quem a acompanhou na sua primeira actuação ao vivo, juntamente com o violista Lello Nogueira, numa festa particular, onde a fadista convidada era Ana Sofia Varela.
A partir desse momento, conjugando sempre, com grande responsabilidade, as aulas de Engenharia Civil com as de Guitarra Portuguesa. Foi no CLUBE DE FADO que Marta Pereira desenvolveu a sua técnica e onde acompanha regularmente vários Fadistas e Cantadeiras. Faz parte do conjunto de guitarras de Mário Pacheco, com quem tem actuado em vários locais do país.

Paquito
(10 de Fevereiro de 1935 – 27 de Novembro de 2004)
FRANCISCO PEREZ ANDIÓN, mais conhecido por "Paquito", nasceu em 10-2-1935 em Vigo. Faleceu em Lisboa a 27 de Novembro de 2004. Veio para Lisboa com 12 anos de idade. Seu tio Paco explorara o retiro do Charquinho e o seu avô Jesus abrira a Adega Perez na rua Conde de Valbom, de que o pai, Manolo, foi o continuador e onde havia Fado Vadio. Aí Paquito conheceu poetas populares como Henrique Rego e Radamanto, fadistas e cantadeiras como João Maria dos Anjos, Júlio Proença, Júlio Vieitas, Fernando Maurício, Manuel de Almeida, Maria Marques, Fernanda Maria, etc. Foram os primeiros com quem contactou e foi lá também que começou a interessar-se pela Viola.
A “Adega Perez” transformou-se depois no restaurante típico “Retiro Andaluz” onde surgiu uma espécie de tertúlia, onde fadistas e tocadores se juntavam para ouvir o Fado tradicional. Foi nesse ambiente que Paquito, ainda estudante, pôde desenvolver a sua qualidades de Violista. Com 19 anos de idade fazia a sua estreia como violista contratado pela Parreirinha de Alfama.
Numa primeira tournée, acompanhou Alberto Ribeiro em vários espectáculos através do País e participou em programas da rádio. Gravou discos e tocou em Casas de Fados. Após a sua passagem pela Parreirinha de Alfama, esteve na Viela, na Tipóia, na Toca e em tempos mais recentes no Senhor Vinho.
Considerado um dos nossos grandes violistas, Paquito actuou no estrangeiro em espectáculos com Amália Rodrigues pelo mundo.
Nos últimos anos esteve contratado no "Embuçado".
Foi também membro fundador da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado.

Paulo Parreira

(1970)

Paulo Parreira nasceu em Lisboa em 1970. Com 16 anos começou a tocar Guitarra Portuguesa. Entre os grandes fadistas que acompanhou destacam-se os nomes Argentina Santos, Beatriz da Conceição, Manuel de Almeida, Camané, Mafalda Arnauth e Rodrigo. Foi o guitarrista principal no Palco do Fado durante a Expo’98. Em 2001 formou o grupo instrumental Trinadus com João Veiga na Viola, Anne Hermant em violoncelo e Maria Castro-Balbi em Violino. Este grupo gravou dois discos. Em 2004 formou o Trio D’Corda com Luís Pontes na Viola Dedilhada (dita Guitarra Clássica) e Ricardo Cruz em Contrabaixo. Paulo Parreira já gravou vários discos como solista, gravados pela Editora Estoril na série Lisboa, Cidade do Fado com João Veiga na Viola e Joel Pina na Viola Baixo. Realizou numerosas digressões pelo estrangeiro como guitarrista acompanhante de Fado e é convidado para actuar em espectáculos não relacionados com o Fado. A técnica Paulo Parreira é de um guitarrista que domina o seu instrumento, com acordes distintos e perfeitos. Tem uma sonoridade de trinados nostálgicos como, Raul Nerye seu pai António Parreira, embora tenha criado um estilo muito pessoal de tocar Guitarra Portuguesa

Paulo Soares

Nasceu em Coimbra há 42 anos. Vive musicalmente desde então. Toca e estuda Guitarra Portuguesa há 26 anos.
Tocou pela primeira vez numa Guitarra de Coimbra em 1983, ainda aluno do secundário, quando ingressou na Tuna Académica da Universidade de Coimbra.
Estudou Engenharia Electrotécnica na Universidade de Coimbra, sendo caloiro no ano de 85/86. Da mesma abdicou para se dedicar exclusivamente à música através da Guitarra Portuguesa.
Foi o primeiro professor na História de Portugal a ensinar Guitarra Portuguesa nos Conservatórios Oficiais, abrindo os cursos de Guitarra Portuguesa do Conservatório de Música de Coimbra (1997) e do Conservatório de Música do Porto (2002).
Editou dois livros para Guitarra Portuguesa, intitulados Método de Guitarra Portuguesa, sendo um deles o primeiro livro sobre Guitarra de Coimbra alguma vez escrito (1997) e que foi aprovado oficialmente pelo Ministério da Educação.
É compositor de várias peças para guitarra e de vários arranjos para Fados e outros termas. Estreou peças de outros guitarristas compositores, nomeadamente de Octávio Sérgio, aquando da Coimbra Capital Nacional da Cultura.

Paulo Valentim

Paulo Valentim Ribeiro de Almeida, mais conhecido por Paulo Valentim, nasceu em Lisboa em 9 de Dezembro de 1964. Guitarrista de Fado, compositor, letrista e artista plástico. Inicia a sua formação com Octávio Sérgio (musico de Coimbra, acompanhante de José Afonso. Mais tarde, enceta aproximação à música de Lisboa e integra-se no meio Fadista. Acompanha quase todos os fadistas profissionais, incluindo Amália numa pequena festa particular na ilha da Madeira. Participa em vários concertos de Simone de Oliveira, e em várias sessões de poesia com Rui de Carvalho, Eunice Muñoz e Lourdes Norberto. Colabora com Dulce Pontes em alguns dos seus espectáculos. Como musico participa em várias peças teatrais, destacando-se, “Maldita Cocaína”(Filipe lá Féria) “Passa por mim no Rossio” ( Filipe lá Féria) ”Dois actores um texto e uma conversa” (Varela Silva, Curado Ribeiro e Rui de Carvalho), “Judite nome de guerra” (João Grosso) e “Olhos nos Olhos” (Lourdes Norberto). Paralelamente à actividade de acompanhador, desenvolve a sua intervenção como compositor e assim compõe para fado, teatro, cinema e dança. “Passa por mim no Rossio” (Teatro), ”Três actores um texto e uma conversa” Teatro), Teatro de Revista, “Noventa e oito octanas” (cinema),”Cais de Alcântara” (bailado), “Olhos nos Olhos” (Teatro) foram alguns dos projectos artísticos em que colaborou como compositor. Recentemente compôs, em parceria, a música para o espectáculo “Fado – História de um Povo”, em cena no Casino Estoril. Júri do concurso televisivo “Nasci para o Fado”. Detentor de uma carreira internacional com mais de vinte anos, actuou nas mais importantes salas de espectáculo do mundo. Kátia Guerreiro, depois de Fernando Maurício, Maria da Fé e Mafalda Arnauth, foi a fadista com quem desenvolveu por ultimo, um trabalho constante e permanente. Compôs para esta fadista os seus maiores sucessos “Segredos” e “Pranto de amor ausente”. Por convite da Presidência da Republica, participou nas embaixadas culturais de três visitas de estado. Tem ainda uma vasta colaboração com as Marchas Populares de Lisboa, para onde compõe desde o ano 2000, tendo ganho vários 1ºs prémios. (Informação de Bruno Saavedra)

Pedro Caldeira Cabral
(1950)
Pedro da Fonseca Caldeira Cabral nasceu em Lisboa em 1950.
Ainda na infância, inicia o estudo da Guitarra Portuguesa, da Viola Dedilhada (dita Guitarra Clássica) e da Flauta doce.
Mais tarde estuda solfejo, contraponto e harmonia com o Prof. Artur Santos.
A partir de 1970 inicia o estudo do Alaúde, da Viola da Gamba e de outros instrumentos antigos de corda e de sopro, vindo mais tarde a fundar e dirigir os grupos La Batalla e Concerto Atlântico, especializados na interpretação da Música Antiga em instrumentos antigos.
Entre 1967 e 1975, frequentou vários cursos de composição de música contemporânea, tendo trabalhado com Karel Goyvaerts, Constança Capdeville, José Alberto Gil e Jorge Peixinho. Sendo um autodidacta na Guitarra Portuguesa, desenvolveu, como compositor, um estilo próprio fundado na tradição solística da Guitarra Portuguesa, com incorporação de técnicas originais e elementos resultantes do estudo dos instrumentos antigos das tradições cultas e populares da Europa Mediterrânica.
Como intérprete, tem alargado o reportório solístico da Guitarra Portuguesa, fazendo transcrições de obras de Bach, Weiss, Scarlatti, Seixas, entre outros, apresentado publicamente novas obras originais de autores contemporâneos.
Tem realizado investigação na área da música tradicional (Organologia Musical), tendo colaborado com o Dr. Ernesto Veiga de Oliveira na segunda edição de "Os Instrumentos Musicais Populares Portugueses" publicado pela Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1983 e na 3ª edição (capítulo novo) datada de Janeiro 2001. Fundou e dirige desde 1987, o Centro de Estudos e Difusão de Música Antiga, e no seu âmbito coordena exposições e conferências sobre Organologia Musical antiga (séc. XIII a XVII), concertos didácticos em escolas e programas musicais para os vários grupos que dirige. Tem também coordenado programas de edição musical e de estudos sobre temas musicais. Conseguiu reunir uma grande colecção de Guitarras Portuguesas que representam a evolução deste instrumento ao longo de muitos anos.
Desde 1970 tem dado, na qualidade de solista, concertos nas principais salas e festivais da Europa, Estados Unidos da América, Macau e Brasil. Membro do júri do 1º Festival de Música do Mediterrâneo realizado em Antalya, Turquia (1986), Pedro Caldeira Cabral tem efectuado conferências e seminários sobre temas musicais na Europa (França, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Suécia e Turquia) e EUA. Fez a pré-produção e a direcção artística do Festival de Guitarra Portuguesa na EXPO'98.
Em 1999 foi editado o livro "A Guitarra Portuguesa" 8um dos livros da produção EDICLUBE) de sua autoria, sendo esta a primeira obra monográfica sobre as origens e evolução histórica, estudo organológico e reportório da Guitarra Portuguesa.
Organizou as exposições monográficas "Portuguese Guitar Memories" apresentada no Convento de Santa Agnes de Boémia em Praga, República Checa em Setembro de 2000 e "À descoberta da Guitarra" no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, em Maio de 2001.

Na minha modesta opinião Pedro Caldeira Cabral é um dos grandes instrumentistas da nossa Guitarra Portuguesa.

Pinto Varela "Puxadinhas"

(24 de Dezembro de 1935 - Setembro de 2012)

Sebastião Gomes Pinto Varela é um nortenho natural de Sabrosa concelho de Vila Real. Seu pai, João Varela Pinto era músico e tocava Clarinete numa Banda de Provezende. Mas a arte da música já vinha do seu avô, Júlio Varela Pinto que também era músico de Banda. O seu primeiro instrumento foi o Bandolim, com 5 anos de idade. Grande amigo de José Nunes como "companheiro de Ramo" no dizer de Pinto Varela e pelo facto da mãe de José Nunes ser sua conterrânea. É um grande estudioso da construção da Guitarra Portuguesa, tendo elaborado um esquema de construção deste instrumento baseado numa Guitarra do construtor Álvaro Merceano da Silveira. Pinto Varela fez parte do conjunto de Guitarras que acompanhou D. Amália Rodrigues durante muitos anos. Além de guitarrista tem o seu pequeno negócio de venda de instrumentos usados como Guitarras Portuguesas Violas de Fado Bandolins, etc. Na sua casa em Benfica montou um pequeno estúdio de gravação, dedicando-se ao arquivo de vídeos e antigas gravações de Fado.

Raul Nery
(1921-)
Raul Filipe Nery nasceu em Lisboa na freguesia de Santa Engrácia, em 1921. Desde muito novo que mostrou vocação para a música. Aprendeu Bandolim e mais tarde passou a receber lições de Guitarra Portuguesa do pai de Salvador Freire. Aos nove anos de idade apresentava-se já a tocar esse instrumento em público.A partir de então, actuou em festas como amador e frequentou o ambiente do Fado, tendo nessa fase acompanhado em vários espectáculos, a cantadeira Ercília Costa.
Em 1938, com 17 anos, tocou no Retiro da Severa com Armandinho, Abel Negrão e Santos Moreira, na altura em que lá começara a cantar  Amália Rodrigues. Acompanhou depois no teatro, as vozes de diversos artistas:  Estêvão Amarante, Berta Cardoso, Hermínia Silva entre outros.
Paralelamente ia estudando e acabou o curso de agente técnico de engenharia quando a sua reputação como guitarrista estava já firmada.
Com Santos Moreira (Viola) acompanhou durante alguns anos Amália Rodrigues em espectáculos em Portugal (continente e ilhas), Angola, Moçambique, Espanha, França, Inglaterra, Irlanda, Suíça, Itália, Holanda, Bélgica, Roménia, Estados Unidos, Canadá, Brasil, etc.
Posteriormente sucedendo a Fernando de Freitas e foi durante vinte anos o guitarrista de Maria Teresa de Noronha nas actuações desta na Emissora Nacional e em festas particulares, acompanhado pelo violista Joaquim do Vale (Covinhas).
Em 1959 formou um conjunto de Guitarras e Violas que integrava Fontes Rocha, Júlio Gomes e Joel Pina, que acompanhou Maria Teresa de Noronha em espectáculos na Inglaterra e no Brasil, actuando durante 12 anos num programa quinzenal sobre Fado e Guitarra Portuguesa na Emissora Nacional. Gravou discos com variações sobre Fados e rapsódias de música popular.
Raul Nery distinguiu-se também como solista e gravou um disco de música popular portuguesa acompanhado por orquestra.
Actuou em restaurantes típicos como o Café Luso (da Travessa da Queimada) e nas Adegas Machado e Mesquita. Foi emprego como engenheiro na empresa petrolífera SACOR e retirou-se cedo da actividade de guitarrista, sendo considerado como um dos maiores executantes de Guitarra Portuguesa.
Acompanhou em gravações, as vozes de Adelina Ramos, Lucília do Carmo, Estela Alves, Ada de Castro, Maria da Fé, Teresa Tarouca, Teresa Silva Carvalho, Carlos Ramos, Fernando Farinha, António Mourão, João Ferreira Rosa, João Braga e D. Hermano da Câmara, etc.

Ricardo Rocha
(---)
Descendente de uma família de músicos, RICARDO ROCHA destacou-se na forma de tocar à "Guitarra Portuguesa como acompanhante, mas essencialmente como solista. A Guitarra Portuguesa começa a andar sem a muleta do Fado.
Começou por acompanhar vários fadistas. Desde os 16 anos que toca Piano. Tem gravado e actuado com muitos nomes do ambiente musical fadista, nomeadamente Argentina Santos, António Rocha, Carlos do Carmo, Camané, Maria Ana Bobone, Maria João, Pedro Caldeira Cabral, Sérgio Godinho, Vitorino e com os pianistas Mário Laginha e Ingeborg Baldaszti. É o autor do álbum "Luz Destino" (1996) juntamente com Maria Ana Bobone, João Paulo Esteves e Mário Franco.
Em 2003 editou o seu primeiro álbum a solo, "Voluptuária", um duplo CD editado pela Vachier & Associados, que foi gravado no Convento dos Capuchos (Costa de Caparica. "Voluptuária" é composto por 23 peças, três das quais onde a Guitarra Portuguesa é acompanhada por Cravo e em quatro temas por Violino. Os músicos que o acompanham nesta aventura são João Paulo Esteves da Silva (Cravo) e os Maria Balbi e Daniel Rowland (Violino).
A grande maioria das composições são de sua autoria, tendo ainda feito os arranjos para dois temas de Carlos Paredes. O duplo CD tem quatro temas de Pedro Caldeira Cabral. Por este álbum recebeu em 2004 o Prémio Carlos Paredes.
Também em 2006 recebe o Troféu Amália Rodrigues para Melhor Guitarra Portuguesa.
Ricardo Rocha é neto do grande guitarrista Fontes Rocha.

Vital d' Assunção

(----)

Tendo como seu grande professor o avô, o mestre Martinho d' Assunção (um dos mais consagrados Violista de Fado do ambiente musical português), Vital d' Assunção cedo começou a saborear a sonoridade da Viola Dedilhada (dita Guitarra Clássica). Aos 16 anos tem a sua primeira apresentação pública, na RTP, acompanhando à Viola o avô e o grande fadista que foi António dos Santos (o fadista Baladeiro). Foi o início de uma já longa carreira de violista de Fado que o fará passar pelas mais reputadas Casas de Fado em Lisboa: O Faia, Café Luso, Lisboa à Noite, etc. Além de ter participado nas gravações dos discos  O Homem na Cidade, de Carlos do Carmo e Simone, Mulher, Guitarra, de Simone de Oliveira, Vital d' Assunção fez parte de diversos projectos musicais, como Trio de Guitarras de Martinho d' Assunção (com o guitarrista Arménio de Melo) e os grupos Opus Fado e Sons de Lisboa.

   
  São muitos os Guitarrista e Violistas que faltam nesta lista.
  A razão é simples. Falta de material sobre os mesmos. Alguns têm uma longa biografia, outros nem tanto.
  Como sempre peço a ajuda de quem lê esta página, no sentido de dar um grande contributo para a história do Fado. Não sei se já reparou a história do Fado só presta homenagem às grandes vedetas. Tenho dúvidas que o Fado exista sem poetas , compositores, guitarristas e violistas. Mas é apenas a opinião de um simples investigador. Tanto na correcção da mesma (erros ou gralhas de escrita) e material sobre os instrumentistas de faltam, desde já o meu muito obrigado.

jose-lucio@netcabo.pt

José Lúcio Ribeiro de Almeida