O meu livro do fado do Fado

O Fado continua a ser maltratado? Perguntar não ofende.

Espero que seja verdade o dito popular "água mole em pedra dura...", caso contrário os "Troianos" (para não confundir...) ainda aparecem por cá para nos retirar o título de "Património". Se na Humanidade é imaterial ... por cá continua a ser bem material. Continuamos a fazer colectâneas de Fado em livrinho, com letrinhas tão pequeninas, que só quem tem os olhinhos muito grandinhos os consegue ler. É que o IVA para livros é mais barato. Os artistas são sempre os mesmos (ou quase) e os Fados pouco mudam.  Ouvir Fado continua a ser um privilégio de pessoal com "graveto". Mas o Fado está na moda. Todos sabem cantar o Fado e quem não sabe improvisa ... o "Jazz-Fado". Antigamente havia "Uma Noite" para se dar a conhecer novos valores (um abraço de saudade ao amigo do estar e de trabalho... José la Feria) e como tal, todos tinham um ano para preparar o seu TPC (trabalho para casa). Agora, devido ao avanço tecnológico todos utilizam a mestria do "Fado-Congelado", preparado e servido depois de passar pelo micro-ondas.  É mais pratico, e tempo é dinheiro. Todos gravam CDS que são vendidos porta a porta (sempre se rouba alguns tostões ao IVA do Estado) conhecido pelo "Fado-Tupperware". Um CD custa 1 euro e é vendido por 10 ... (são sempre mais uns trocos que entram), mas como é lógico imaterial para o Fado. Mas ainda continuo com dúvidas se o Fado é profissão (Carteira Profissional) ou devoção e amor à arte... ou será que não há arte? Mas neste mundo tudo tem de evoluir. E o Fado vai evoluindo, mas para melhor ou pior? Mas o que será melhor ou pior? Hoje em dia vendem-se máquinas de barbear para que o homem fique com o aspecto de não ter feito a barba! As calças de ganga são vestidas sem bainha porque deste modo vão ficando cheias de "falripas" que se destinam a dar lustro ao calçado! As mesmas são vendidas com buracos para ventilação das pernas e como tal têm uma função idêntica aos calções! A "Brilhantina" (dita de gel) já não serve os "penteadinhos", mas sim para levantar cabelo (daí a expressão ... estás a levantar cabelo). Os telemóveis fazem tanta coisa que quando queremos telefonar já não temos bateria para a chamada. Agora lembrei-me do Tio Alfredo. Se há tanta pessoas a gostarem de cantar o Fado... porque não aprendem? Cá para mim deve ser moda! O chamado Fado-Desafinado (os brasileiros já criaram uma música com o nome de Desafinado) está na moda. Sempre pensei que todos devem cantar (faz bem à alma) mas quando um cozinheiro é muito mau... será que somos obrigados a comer?

Todos descobriram agora que querem aprender a tocar Guitarra Portuguesa, não entendo é porque não aprendem. Como fui professor de química durante 10 anos ainda vou inventar um fármaco (daqueles para pobres) que tomado três vezes ao dia dá ao paciente (porque os doentes da Guitarra Portuguesa querem saber sem treinar) a arte do Carlos Paredes ou do José Nunes. Se as pessoas conseguem emagrecer 10 Kilos numa semana, porque não aprender o "Vira de Frielas" com o auxílio de barbitúricos? Muitos construtores têm aparecido na arte de construir Guitarras Portuguesas. E podem crer que penduradas numa parede até não ficam nada mal.

Sempre achei que um investigador era uma pessoa que não "não ficava grávido pela cadeia de ossículos do seu ouvido". O que é verdade hoje não o é amanhã... desde que alguém o prove (não confundir com gastronomia). Disponibilizei nesta página os livros que falam de Fado há mais de 100 anos. No entanto o que foi escrito nem sempre é uma verdade absoluta (porque ela não existe) apenas o que alguém nos seus estudos pensa sobre o assunto. Não se esqueçam da verdade de Galileu que deu direito a cadeia. Se pensarmos no ver ou sentir, na realidade a Terra está parada e o que vemos é o nascer e o pôr do Sol.

Vamos analisar a página nº 12 do livro História do  Fado (Fado com letra grande de Pinto de Carvalho - Tinop 1858 - 1930): "Para nós, o fado tem uma origem marítima" ... qual fado, o destino ou a expressão musical. Sendo Portugal um país de marinheiros com centenas de quilómetros de orla marítima, tendo sido a cidade de Sagres o ponto de partida das nossas caravelas, porque é que o Fado (expressão musical) é uma canção urbana da cidade de Lisboa? Continuando a citar Tinop: O fado nasceu a bordo, aos ritmos infinitos do mar ... mas só em Lisboa é que existe mar? Quem sou eu para duvidar de tão distinto escritor que publicou este livro em 1903. Mas no livro de Alberto Pimentel (1849 - 1925) a "A Triste canção do Sul", ele afirma que a palavra "Fado" como expressão musical só aparece escrita pela primeira vez na 4ª edição do dicionário de Lacerda de 1874. Então em que que ficamos? Ler e citar não basta, é preciso investigar a verdade. Luís de Camões, na sua epopeia "Os Lusíadas" utiliza 18 vezes a palavra fado. Será que o nosso grande poeta já era Fadista? Os estudiosos do Fado não se devem esquecer que... primeiro nasceu “o Fadista” só depois o Fado. Mas quem era e quando nasceu o Fadista?

Esta é a minha opinião de 40 anos de investigação e de ter lido e relido os diversos livros sobre o assunto e longe de ditar a verdade mas sim a lógica. Os primeiros fadistas não cantavam. A eles eram encomendados, por serem destros no manejo da navalha, o fado (encomendar a morte de alguém, o seu destino). Este personagem aparece com toda a lógica com a instabilidade do país, aquando da fuga da família Real para o Brasil (a esquadra portuguesa saiu do porto de Lisboa a 29 de Novembro de 1807, por causa das invasões Napoleónicas. Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental e Portugal vê-se invadido e saqueado pelas tropas Napoleónicas, Junot em 1807, Soult 1809 e Massena 1810. Lisboa com as ruas mal iluminadas e os palacetes abandonados (os donos tinham fugido com a Corte para o Brasil), aguçam o apetite à mão do alheio. Portugal é um país saqueado com fome e ... casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. As vinganças e os ajustes de contas fazem aparecer este personagem de melenas compridas que lhe escondem o rosto. O juiz de todas as discórdias. Estava criado todo o ambiente necessário para o nascer do Fado (como expressão musical).

A GUITARRA E O FADO

A palavra GUITARRA, não identifica nenhum instrumento em especial, excepto se a localizar temporal e geograficamente. Cada país tem a sua guitarra. Se for a Espanha comprar uma "Guitarra", o empregado mostra-lhe uma Viola. A palavra GUITARRA, sem especificar a que tipo de guitarra nos referimos, tem a sua origem etimológica no Grego, "Kythara", em latim "Cithara".
 

Dentro da mitologia existem várias lendas sobres a origem desta palavra. Alguns exemplos:
- A palavra GUITARRA provem de "CYTHERON" , nome de uma montanha habitada por musas.

- Do antigo nome "CYTHARA", nome de ilha grega CERIGO, paraíso da poesia e do amor, onde existe um templo dedicado a Vénus.
- AL-GUITAR mouro/espanhol inventor de um Cordofone que viveu na idade média.
 

Pela análise e leitura comparada, de vários documentos que abordam este assunto é tido como certo a existência de dois tipos de guitarras, na Península Ibérica, na Idade Média:

A Guitarra Mourisca e a Guitarra Latina. A primeira de forma ovalada , a segunda com enfraque, isto é, em feitio de oito.
Se puder e tiver paciência para isso, consulte o livro de Juan Bermudo, "Declaracion de Instrumentos Musicales" publicado em 1555, que se encontra na Biblioteca Nacional de Paris (está escrito em Espanhol do séc. XVI e existe uma edição fac-similada na Biblioteca Nacional de Lisboa).
Ainda hoje, muitas são as pessoas que confundem Viola com Guitarra (em português). A confusão, está na pouca identidade da cultura musical Portuguesa. Muitos são os professores que dão "as aulas de guitarra clássica" quando o instrumento que ensinam, se chama de Viola Dedilhada (em português).
Musicólogos atentos estudaram a terminologia utilizada pelos escritores Portugueses, chegando à conclusão, que a palavra VIOLA já era utilizada no século XV enquanto a palavra GUITARRA só é utilizada no século XVIII. Se analisarem as datas começa por ter lógica a data da origem do Fado. Não como os mais saudosistas pretendem, ter estado presente em Alcácer-Quibir, batalha no norte de África onde D. Sebastião perdeu a vida, ou talvez não, em 5 de Agosto de 1578. Segundo as crónicas do Frade francês Caveral, os portugueses teriam deixado ficar no campo de batalha, 10.000 guitarras. Quem analisou este documento e o traduziu para português, não teve o cuidado de traduzir a palavra "Guiterne" para Viola. Portugal é um País muito rico nos seus diversos Cordofones. Assim, além da Viola tradicional de 6 cordas, companheira das "fadistices" da Guitarra Portuguesa, existem várias Violas de Arame, com características bem definidas: A Viola Amarantina (Amarante), a Viola Braguesa (Braga), a Viola Beiroa (Castelo Branco), a Viola Toeira (Coimbra), a Viola Campaniça (Alentejo), a Viola de Arame (Madeira ), a Viola da Terra (S. Miguel, Açores) e as Violas de 15 e 18 cordas da Terceira (Açores). Se quer saber um pouco mais sobre a história da Guitarra Portuguesa, Guitarreiros e Guitarristas, recomendo-lhe o livro de Armando Simões, "A GUITARRA bosquejo histórico" (1974). Está na Biblioteca Nacional de Lisboa.

Continuando na saga de encontrar as origens do Fado, que tal ganhar umas centenas de horas a ler os jornais de Fado. Estão todos na Biblioteca Nacional de Lisboa.  Foram 3 os jornais que se dedicaram ao Fado: "Canção do Sul" (1922), "O Fado" (1910 - Fado com letra maiúscula) e "Guitarra Portuguesa" (1920). Dá trabalho mas aprende-se muito.

Se o Fado ganhou o "Título de património Imaterial da Humanidade" penso que a Guitarra Portuguesa, com a sua sonoridade e a arte de a tocar lhe deu um valioso contributo. Então porque é que não se reeditam os vários métodos e livros que falam deste instrumento? Querem alguns exemplos?

- Estudo de Guitarra em que se expõe o meio mais fácil de aprender este Instrumento. António da Silva Leite, Porto 1796.

- Compêndio de Música - Lições de acompanhamento de Guitarra. Frei Domingos, Porto 1806.

- Apontamentos para um Methodo de Guitarra. Maia e Vieira, Leiria 1875.

- Methodo para aprender Guitarra sem o auxílio de Mestre. (autor ?) Lisboa 1875 Tipografia Chrysta Augusto Rodrigues (Rua do Norte 145).

- Novo Methodo de Guitarra. João Maria dos Anjos, Lisboa 1877 e 1889 - Livraria António Maria Pereira (Rua Augusta 50 -54).

- Methodo de Guitarra. José Ferro, Lisboa 1895.

- A Guitarra sem professor e sem música. J. L. P. , Lisboa 1896.

- Novo Methodo de Guitarra. A. F. Maia, Lisboa 1877 e 1899.

- Methodo Elementar de Guitarra. A. P. das Neves, (Editado por Custódio Cardoso Pereira & Castanheira) Lisboa e Porto.

- Methodo Elementar de Guitarra. Reynaldo Varela, Lisboa 1904.

- Methodo Novo de Guitarra. Benigno A. dos Santos, Lisboa 1912.

- Methodo Elementar de Guitarra. J. Titus, Lisboa (Casa Valentim de Carvalho)

- Guitarra sem Mestre. Alves Rente, Lisboa 1922.

- O verdadeiro Methodo de Guitarra. João Victória (com vários livros), Lisboa.

- Método de Guitarra. Salgado do Carmo, Lisboa 1929 (Sassetti).

Como podem observar (para os estudiosos) já têm trabalho com "fartura" para estudar. Como está na moda os trabalhos escritos sobre Fado (nas escolas e teses de mestrado) aqui é muito simples. Copiar e colar e não paga nada. No entanto faz parte das normas da boa educação dizer o autor do texto... mas se não quiserem não faz mal, o importante é dar a conhecer a verdade do Fado. Como sempre se encontrar erros de qualquer tipo diga da sua justiça. Todos é que sabemos tudo!

A Guitarra Portuguesa - Número de cordas e afinação

A Guitarra de António da Silva Leite (mestre de capela do Porto - 23 de Maio de 1759 / 10 de Janeiro 1833) tinha 10 cordas distribuídas por 6 ordens. Afinava do agudo para o grave: Mi (2 cordas de aço), Sol (2 cordas de aço), Dó (2 cordas de aço), Mi (2 bordões do mesmo calibre), Sol (1 Bordão) e Dó (1 bordão). Muito diferente da afinação e encordoamento da Guitarra Portuguesa actual. A Guitarra de Silva Leite tinha um Leque (cuja invenção se atribui a um senhor inglês chamado Simpson) que afinava as cordas com uma chave de relógio, de formato quadrangular, e não em Leque como a Guitarra actual. A chave de relógio foi substituída pelo "tambor com parafuso" que faz subir ou descer na guia do Leque a "espera fixa" onde encaixa a aselha da corda. Até 1850 não existe (que eu conheça) referências a Guitarras com 12 cordas. No entanto João Maria dos Anjos (no seu Método) já faz referência a um encordoamento de 12 cordas apesar de manter a afinação de Silva Leite (do agudo para o grave - Sol, Mi, Dó, Sol, Mi, Dó).

João Maria dos Anjos - (1856 -5 de Julho de 1889)

Era sapateiro em Alfama e aprendeu a arte de tocar com o pai que era guitarrista. Formou um sexteto de Guitarras ( Guitarristas - João Maria dos Anjos, Luís Cardoso da Silva "o Petrolino", João da Preta e Augusto Pinto de Araújo "o Camões" / Violistas - António Eloy Cardoso e José Maria Uriceira "o Zaraquitana") que deu o seu primeiro concerto público no dia 3 de Maio de 1873. Foi professor de Guitarra do Rei D. Carlos que lhe pagou os tratamentos durante a sua doença e o funeral. O seu grupo de Guitarras foi famoso na época, tendo tocado em várias casas de espectáculo em Portugal e no estrangeiro. Faleceu na Rua do Registo Civil nº 6 que por deliberação camarária passou a chamar-se Rua dos Anjos.

Quando pretendemos estudar as origens do Fado não basta citar aquilo que lemos ou estudamos nas diversas origens de informação. É necessário que os assuntos tenham lógica e as datas de origem coincidam. Nesta vida nada aparece por acaso. Importante utilizar a "redução ao absurdo" (as afirmações que não têm lógica) e a história comparada. Quando afirmamos que os primeiros Fados foram o Menor, o Corrido e o Mouraria, será que tem lógica? São Fados em que o Guitarrista (para os tocar bem) tem de ter uma certa prática de tocar e ter a Guitarra afinada com a afinação actual (si, lá, mi, si, lá, ré - do agudo para o grave). Mas João Maria dos Anjos não tocava nesta afinação. Experimente afinar a sua Guitarra com a afinação de João Maria dos Anjos (do agudo para o grave - Sol, Mi, Dó, Sol, Mi, Dó) e tente tocar estes Fados (é uma afinação "Aberta" onde as cordas soltas da Guitarra correspondem ao acorde de Dó Maior). Não é fácil... e nem a Guitarra tem a sonoridade pretendida no Menor, Corrido e Mouraria. Mascarenhas Barreto no seu livro "O Fado, origens líricas e motivações poéticas" (publicações Aster) vislumbra as origens do Fado na Escola da Poesia Provençal. Faz uma ligação entre determinadas músicas (a Chansó, o Sirvente, os Contenses, etc.) com as músicas de Fado. Conheci muito bem Mascarenhas Barreto com quem conversei muitas horas. Investigador ilustre e conhecedor da história de Portugal, o que não quer dizer que concorde com a sua visão das origens do Fado. Estamos a falar do início da nacionalidade (tratado de Zamora 5 de Outubro de 1143). Por exemplo, estabelece uma relação entre as Canções Satíricas (cantiga de escárnio e "mal-dizer") com alguns Fados actuais: pode ser lido na página 14. As Cantigas de Amor continuam representadas nos Fados dos Estudantes (melhor dizendo nas Baladas de Coimbra ou Canção de Coimbra), as Cantigas de Amigo no Fado de Lisboa, o Fado Descritivo teria a sua origem no "Sirvente" (cantado por soldados louvando os senhores feudais). Se procurarmos origens mais antigas podemos recuar às invasões romanas em 216 a. C. e por cá devem ter ficado alguns instrumentos, como a Lira e algumas cantigas, seriam Fados? Nero também mandou incendiar Roma para se inspirar nessa tragédia e compor na sua Lira uma cantiga, seria Fado?

Para mim o Fado começa pelo descontentamento popular aquando da fuga da família Real para o Brasil. Aparece em Lisboa o personagem "o Fadista", há fome e miséria, a ordem e a lei é substituída pela vingança, encomenda-se a morte dos inimigos (tratar do destino - fado - de alguém que nos enganou), quem mandava em Portugal não eram os Portugueses... como tal estavam reunidas as condições ideais de protesto. Durante a queda da monarquia o Fado serviu de canção de protesto. Nas casas de gente endinheirada que tinha acompanhado a família Real para o Brasil (que não tinham alarme) havia muito para roubar. É bem natural que o dito "Fadista tenha encontrado Guitarras da época (o Cistre) e como era uma pessoa importante comece por cantar as suas proezas. Esta é a minha opinião, mas longe de ser a verdade do Fado, é simplesmente a minha opinião lógica. A lógica dos acontecimentos, das datas, do sentir do povo de Lisboa, que nada ter a ver com o mar, com o Tango, cantigas populares (de trabalho ou romarias), com o "Lundum" africano ou brasileiro. O Fado é uma canção urbana de Lisboa. O Fado não é a "Canção Nacional" é uma canção que os portugueses nacionalizaram. Começou a ser conhecido em Portugal com o aparecimento das telefonias que tiveram uma importância notável para que os portugueses tivessem notícias dos seus soldados na 1ª Guerra Mundial. Foi a Emissora Nacional a responsável pela emissão, durante 23 anos, do programa semanal "Fados e Guitarradas" da autoria de D. João da Câmara. Também o aparecimento dos discos de 78 RPM levou o Fado à casa de todos os portugueses, bem como os filmes de Fado levaram à consagração de vários artistas. Foi deste modo que o Fado se tornou a canção de todos os portugueses e não a "Canção Nacional". O Fado não representa a maneira de cantar de todos os portugueses (e a importância dos Ranchos Folclóricos, o cantar alentejano, o Acordeão e a Harmónica ( fomos e somos campeões mundiais em todo o Mundo)... não contam? Gostar de Fado é uma coisa... fanático é outra. Mas em 2012 o Fado está na moda. Ser importante é uma coisa, pisar é outra.

Não sei se teve paciência para ler tudo isto, mas quem gosta de Fado, como eu... não gosta de o ver maltratado só porque o Fado está na moda. No entanto a moda também tem o seu lado bom. Muita gente nova a cantar bem, muitos bons Guitarristas, a Guitarra a ser um instrumento estimado (muitas pessoas a restaurar Guitarras que estavam esquecidas no sótão), Violistas da Clássica que trocaram o seu reportório pelo Fado (que sabem ler música)... enfim o Fado está a crescer. Se gosta de Fado, aprenda a conhecer as diversas opiniões da sua origem, conheça os letrista e compositores e dê a conhecer as suas histórias vividas no Fado. Guarde os seus discos e cassetes de Fado são documentos importantes para a história do mesmo. Tem no Museu do Fado e na Rádio Amália bons amigos para darem continuidade ao seu espólio. O Fado não vive só de vedetas mas também de amantes, porque os amantes de Fado (aqueles que não ganham nada com o Fado) são o verdadeiro Fado.

Todos é que sabemos tudo... e se encontrar erros ou não concorda diga da sua justiça.

Pontinha 11 de Abril de 2012

José Lúcio Ribeiro de Almeida (investigador sem canudo)