Uma Casa Portuguesa Poema de Reinaldo Ferreira e V. Matos Música de Artur Fonseca Numa casa portuguesa fica bem, pão e vinho sobre a mesa. E se à porta humildemente bate alguém, senta-se à mesa com a gente. Fica bem esta franqueza, fica bem, que o povo nunca desmente. A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar, e ficar contente. Quatro paredes caiadas, um cheirinho à alecrim, um cacho de uvas doiradas, duas rosas num jardim, um São José de azulejo, mais o sol da primavera... uma promessa de beijos... dois braços à minha espera... É uma casa portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa! No conforto pobrezinho do meu lar, Há fartura de carinho. E a cortina da janela é o luar, mais o sol que bate nela... Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar Uma existência singela... É só amor, pão e vinho e um caldo verde, verdinho a fumegar na tigela. Quatro paredes caiadas, um cheirinho á alecrim, um cacho de uvas doiradas, duas rosas num jardim, São José de azulejo mais um sol de primavera... uma promessa de beijos... dois braços à minha espera... É uma casa portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa! É uma casa portuguesa, com certeza! É, com certeza, uma casa portuguesa!