Esta foi uma famosa frase, dita por alguém que gostava de Fado, mas... por uma questão de bom senso, não direi a autoria. Ela serve de pretexto para falar de Fado. É fácil dizer, eu gosto de fado, mas não sei nada do assunto. Vamos transpor esta afirmação para outras situações.
Eu gosto muito do meu filho ou da minha mulher, mas não sei nem tenho curiosidade ou nem sequer me dou ao trabalho de saber algo sobre eles.
Já não se aplica ao futebol pois, quem gosta, vai aos jogos, paga para ver, compra jornais desportivos, conhece os nomes dos jogadores e sua equipa e não só . etc.
Eu gosto de fado, é uma afirmação do amante deste tipo de canção, mas, aqui ficam algumas perguntas:
1- Se gosta, compra discos ou CD's de Fado e vai ouvir Fado com frequência?
Se calhar a resposta é não porque é caro. E um bilhete para o futebol e uma ida ao futebol que além do bilhete tem o transporte a comida.
2- Quando vai ouvir Fado sabe se está a ouvir "Bom Fado" ou qualquer coisa serve? E se em vez de Fado for uma ida ao restaurante. Se lhe servirem um mau bife come e cala ou "reponta".
3- Quando vê e ouve Fado na televisão, tem a noção que na maioria dos casos estão a fingir que tocam e muitas vezes que cantam, porque é muito mais simples para o realizador do programa, que não tem trabalho com o som, é só por a rodar o CD para o artista fazer o "PLAY BACK". Já reparou que a grande maioria dos Fadistas (homens) ou Cantadeiras (senhoras), que utiliza na sua profissão material que não lhe pertence, como os direitos de autoria da música ou do poema, dois ou mais músicos, nem sequer tem a amabilidade de dizer a autoria do Fado que vai cantar ou apresentar os músicos que os acompanha? Já reparou que os músicos raramente falam do seu trabalho ou dos construtores dos instrumentos que utilizam no seu trabalho? Já reparou que em Portugal, não há um único programa de música na televisão?
Claro que me pode responder, o que é que eu tenho a ver com isso, mas é uma maneira muito estranha de gostar de Fado.
Como é lógico, não tem de concordar comigo. Se não concorda diga da sua justiça.
José Lúcio Ribeiro de Almeida