O Embuçado (Gabriel de Oliveira) Noutros tempos a fidalguia, Que deu brados nas toiradas, Frequentava a Mouraria, (BIS /3 versos) E em muitos palácios havia, Descantes e guitarradas. A história que vou cantar, Contou-me certa velhinha, Uma vez que fui cantar, (BIS /3 versos) Ao salão dum titular, Lá p´rós Paços da Rainha. E nesse salão doirado, De ambiente nobre e sério, Para ouvir cantar o Fado, (BIS /3 versos) Ia sempre o Embuçado, Personagem de mistério. Mas certa vez houve alguém, Que lhe disse erguendo a fala, Embuçado nota bem, (BIS /3 versos) Que hoje não fica ninguém, Embuçado nesta sala. E ante a admiração geral, Descobriu-se o Embuçado, Era El-Rei de Portugal, (BIS /3 versos) Houve beija-mão Real, E depois cantou-se o Fado.